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Polícia civil pede que quem tiver informações sobre o suspeito entre em contato pelo 197. Investigações apontam para existência de dois autores do crime

Polícia espalhará cartazes com imagens do suspeito em Goiânia e Anápolis | Foto: PC
Polícia espalhará cartazes com imagens do suspeito em Goiânia e Anápolis | Foto: PC

A partir desta quinta-feira (27/10), a Polícia Civil de Goiás fará divulgação de cartazes com a imagem de um dos suspeitos de ter enviado artefato explosivo à um escritório de advocacia no Setor Marista, em Goiânia, em julho deste ano. Os cartazes serão fixados em Anápolis e em Goiânia, cidades de onde os autores do crime seriam oriundos.

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Segundo o delegado Valdemir Branco, da Delegacia de Investigação Criminal da Polícia Civil (Deic), são dois os autores do atentado que mutilou o advogado Walmir Cunha. Um deles é o homem de aproximadamente 60 anos, entre 1,65m e 1,70m, que aparece nas imagens usando um boné azul e camisa branca, residente da cidade de Anápolis. “Se alguém tiver alguma informação deste senhor, por favor ligue no Disque Denúncia, no 197”, reforça o delegado. O outro autor do crime é de Goiânia e a polícia ainda tenta identificá-lo.

A imagem que será amplamente divulgada é oriunda de uma gravação de câmeras de vigilância no Jardim Guanabara, que mostram o suspeito com uma bolsa, dentro da qual estaria a bomba, supõe a polícia. Veja o vídeo.

Um terceiro envolvido que a polícia ainda tenta identificar é a pessoa que fabricou a bomba. Segundo Valdemir Branco, pelo nível técnico do artefato, tudo indica que o suspeito seja um policial, mas ainda não é possível afirmar com precisão.

Todos os indícios também descartam qualquer motivação para o atentado que não seja ligada a atividade profissional do advogado. “Temos certeza que o atentado tinha o objetivo de matar Walmir Cunha e tudo indica que a motivação seria relacionada à sua atuação profissional. Procuramos identificar agora algum caso específico que possa ter sido a motivação para o atentado”, explica o delegado.

O atentado

Na tarde do dia 15 de julho deste ano, Walmir Cunha recebeu uma encomenda em seu escritório de advocacia no setor Marista, em Goiânia. Pensando se tratar de uma caixa de vinho, presente que costuma receber de um cliente português, o advogado começou a abrir a caixa, mas viu fios e percebeu que se tratava de uma bomba. Avisou a secretária, que segurava o embrulho e ficou paralisada. Walmir voltou, então, para a mesa, pegou a caixa e ao tentar arremessá-la para o outro lado da sala, a bomba explodiu.

Com a explosão, o advogado acabou perdendo três dedos da mão esquerda, sofrendo diversas queimaduras pelo abdômen e uma fratura exposta na perna. Desde então, ele já passou por oito procedimentos cirúrgicos e deve passar por mais um nos próximos dias.

Nesta terça-feira (20/9), o advogado encaminhou uma nota à imprensa na qual diz que está confiante nas investigações da Polícia Civil e que as conclusões do inquérito divulgadas “só confirmam a hipótese inicial de que a motivação para o crime está ligada à sua atuação profissional, o que atinge também toda a sociedade com a tentativa de cerceamento da atuação de advogados na defesa dos direitos e demandas da população.”