Pré-candidato do partido a presidente, deputado federal mexeu com as estruturas da legenda no Estado

PSL perdeu importantes políticos goianos, mas Bolsonaro segue na liderança das intenções de voto em Goiás | Foto: Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados

O ano de 2018 começou agitado na política brasileira. Logo no dia 5 de janeiro, o deputado federal e pré-candidato a presidente Jair Bolsonaro anunciou que se filiaria ao PSL, após romper acordo estabelecido anteriormente com o Patriota.

Durante a janela partidária, fechada na sexta-feira (6/4), o parlamentar carioca se juntou em definitivo à sigla, que se tornou o oitavo partido ao longo da trajetória política de Bolsonaro, sem contar o Patriota: PDC (1988 a 1993); PPR (1993 a 1995); PPB (1995 a 2003); PTB (2003 a 2005); PFL (2005); PP (2005 a 2016); PSC (2016 a 2018); PSL (2018).

A chegada de Bolsonaro à legenda comandada pelo pernambucano Luciano Bivar desagradou alguns integrantes do partido, em especial o movimento de renovação liberal Livres, liderado por Sérgio Bivar, filho de Luciano.

Coordenadora do Livres em Goiás, Desirée Peñalba afirmou que a então ala liberal do PSL se sentiu traída, uma vez que Bolsonaro, para eles, não é liberal. Com a filiação do presidenciável, os integrantes do movimento resolveram aderir a diferentes partidos. O preferido foi o Novo, que também se apresenta como liberal. Mas, em Goiás, Desirée tomou um rumo diferente.

O PSL goiano contava com dois deputados estaduais e um vereador em Goiânia. Lucas Calil, Santana Gomes e Lucas Kitão também ficaram descontentes com o caminho escolhido pela executiva nacional do partido.

Confira abaixo como ficou a situação de alguns ex-quadros do PSL e, posteriormente, como se encontra a sigla em Goiás:

Benitez Calil: o ex-presidente do PSL goiano foi para o PSD e, atualmente, é titular da Secretaria Extraordinária da Juventude. Segundo ele, não ficaram rusgas com o antigo partido.

Lucas Calil: o deputado estadual, filho de Benitez, também se juntou aos quadros do PSD e será candidato à reeleição.

Santana Gomes: com a volta de Lucas Calil para a Assembleia Legislativa (Alego) — o jovem político estava na pasta que hoje é comandada por seu pai —, Santana perdeu sua cadeira no Legislativo goiano. Filiou-se ou PDT e tentará retornar à Alego.

Lucas Kitão: o vereador mais novo de Goiânia não pôde trocar de partido durante a última janela partidária e, por isso, continua no PSL. De acordo com ele, os aliados de Bolsonaro em Goiás ainda não o procuraram. Mas Kitão é do mesmo grupo político de Calil e deve ir ao PSD no momento oportuno.

Desirée Penãlba: a coordenadora estadual do Livres se filiou ao DEM e é pré-candidata a deputada estadual. Não foi ao Novo porque o partido não vai lançar candidato à Assembleia Legislativa.

Como ficou

Lucas Calil, Benitez Calil, Desirée Peñalba e Santana Gomes deixaram o PSL; Lucas Kitão também deve deixar no futuro, enquanto Delegado Waldir, ex-PR, assumiu o comando estadual da sigla |Foto: Montagem

Enquanto alguns saíram, o deputado federal Delegado Waldir Soares, que estava no PR, chegou ao PSL. Ele considera ser a “voz de Bolsonaro em Goiás” e já assumiu o comando estadual da legenda.

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Questionado sobre a desfiliação de importantes quadros, o parlamentar minimizou: “Eles têm um outro perfil ideológico. Defendem outros valores”.

Para ele, o presidenciável “não precisa de estrutura de campanha”, pois tem ganhado um “exército de pessoas que vêm de forma independente”. “Bolsonaro lidera as pesquisas de intenção de voto com o apoio de grupos autônomos e uma grande penetração entre os jovens, nas igrejas e no eleitorado conservador”, argumentou.

Delegado Waldir diz que o PSL deve lançar aproximadamente 70 candidatos a deputado estadual e outros 10 a federal, sendo a primeira chapa de maneira “pura” e a segunda na coligação com o DEM, em apoio ao senador Ronaldo Caiado, pré-candidato do partido ao governo e quem o deputado federal garante que vai estar no mesmo palanque de Bolsonaro em Goiás.

Conforme informou Delegado Waldir ao Jornal Opção, há ainda a possibilidade de o PSL ter postulante ao Senado. “Bolsonaro pediu para que eu seja candidato ao Senado, mas está muito cedo. Ainda não conversei sobre isso com Caiado porque é uma diretriz própria do PSL.”