Uma nova polêmica chegou nas redes sociais. Uma usuária do Bluesky fez uma publicação sobre o uso de cadáveres congelados em cursos de procedimentos estéticos para dentistas. Porém, a prática já é comum na medicina.

No Brasil, ao menos duas instituições de ensino utilizam cadáveres que passam pela técnica conhecida como “fresh frozen”. O termo é utilizado para cadáveres frescos preservados por meio de congelamento. A preservação é diferente da mais utilizada no Brasil, que usa formol para se fazer embalsamamento químico.

A diferença entre os dois métodos de conservação é grande. Cadáveres embalsamados possuem limitações, como para uso dermatológico, já que a camada da pele é revestida com formol. Estudantes da área da saúde podem fazer treinamentos com peças anatômicas.

O “fresh frozen” é utilizado em treinamentos de aperfeiçoamento e domínio de técnicas de procedimentos estéticos. Além disso, podem ser usados para treinar técnicas cirúrgicas e outros procedimentos médicos mais invasivos.

As peças congeladas possibilitam uma experiência mais próxima da vivenciada com um paciente vivo. Além disso, o profissional em treinamento também se familiariza com o corpo humano de maneira mais completa.

A doação de cadáveres à medicina acontece quando famílias não reclamam os corpos em até 30 dias após o óbito, ou quando a pessoa declara em vida que quer ter o corpo doado à ciência em caso de morte.

Nos dias atuais, instituições de saúde relatam déficit de corpos para treinamento especializado. Além de cadáveres conservados em formol com anos de uso, tem sido cada vez mais comum a utilização de bonecos e manequins robóticos.

Por conta disso, universidades privadas importam corpos “fresh frozem”, principalmente dos Estados Unidos e Europa. As peças podem não podem ser compradas, já que a comercialização de órgãos e corpos humanos é vedada pela legislação brasileiras. Porém, empresas especializadas oferecem serviços de conservação, armazenamento e transporte de cadáveres dentro da regulação nacional.

Um outro ponto é que instituições de ensino podem solicitar peças para finalidades específicas como, por exemplo, um espécime com problemas dentais para treinamentos odontológicos.

Os cadáveres “fresh frozen” tem um período de utilização mais curto e começa a entrar em decomposição após alguns dias, mas eles permitem uso mais variados do que os conservados em formol.

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