Edward Madureira afirma que atividades de EAD podem prejudicar alunos com deficiências e ou sem acesso à internet, mas prevê conseguir contornar o período sem aulas 

Foto: Reprodução

Com aulas suspensas há quase duas semanas em razão da quarentena, os alunos da Universidade Federal de Goiás (UFG) devem seguir sem atividades a distância. De acordo com o reitor Edward Madureira, a instituição está focada em pesquisas e medidas contra o novo coronavírus e diz que discutir EAD neste momento pode prejudicar diversos grupos de alunos.

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Ao Jornal Opção, o gestor disse que ainda é cedo para previsões de quanto tempo a suspensão de aulas deve ser mantida, destacando que aglomerações não serão permitidas em um curto espaço de tempo. A instituição tem cerca de 30 mil membros entre alunos, professores e trabalhadores.

“A  universidade não está com as atividades paralisadas. Vários grupos estão trabalhando remotamente, mergulhados em desenvolver ações contra o coronavírus. Agora o EAD você não implanta no meio de um semestre, você planeja. Nós temos inúmeros cursos EAD, mas como transformar um plano de aulas presencial sem considerar os diferentes perfis dos nossos estudantes”, considera Edward.

Dificuldades 

Além de receber alunos com deficiência, já que tem reserva de vagas específicas para o grupo, o reitor chama atenção para alunos que não têm acesso à internet. “Isso é tentar uma solução que na prática vai se mostrar ineficaz”, afirma o gestor da UFG, que acrescenta que uma portaria sobre o tema deverá ser publicada nos próximos dias.

“Temos conversado com outras universidade para adotar as medidas da maneira mais adequada possível”, finaliza. Em 2015, a UFG chegou a ficar três meses paralisada em razão de greve dos professores, mas conseguiu concluir o ano letivo.

Na PUC Goiás, a gestão da universidade optou por atividades a distância em caráter facultativo, sem prejuízos aos alunos que não participarem da rotina alternativa de aulas, o que na prática deve motivar adoção de calendário de reposição nos mesmos moldes da UFG.

MEC

Em portaria editada na semana passada, o Ministério da Educação autorizou a realização de atividades EAD, inclusive em cursos da saúde, como medicina. O documento detalha que as instituições que optarem pela modalidade deverão disponibilizar aos alunos as ferramentar para realização das atividades remotas.