Na madrugada desta segunda-feira, 28, a polícia encontrou nove vítimas carbonizadas em duas residências em Porto do Lunda, zona rural de Mata de São João, situada a 62 km de Salvador, Bahia. Os locais também estavam consumidos pelas chamas. Entre os indivíduos, pelo menos três eram crianças.

As habitações incendiadas eram contíguas, com sete corpos carbonizados encontrados em uma delas e mais dois nas imediações da outra. Um garoto de 12 anos conseguiu sobreviver ao fogo, mas sofreu queimaduras graves e foi transferido para o Hospital Geral do Estado, em Salvador, para tratamento.

A Polícia Militar da Bahia divulgou uma nota informando que as circunstâncias das mortes ainda estão por ser esclarecidas e que a Polícia Civil está encarregada das investigações. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, fontes indicam que as autoridades de segurança estão considerando a possibilidade de chacina.

Conflitos de facções

Portal do Lunda está no Núcleo Colonial JK, uma colônia agrícola estabelecida em 1959 na Bahia para acolher imigrantes japoneses que deixaram o Japão após um terremoto.

A Bahia enfrenta atualmente uma situação crítica em termos de segurança, com o agravamento dos conflitos entre facções criminosas, ocorrências de chacinas e aumento nos confrontos letais envolvendo as forças policiais. Essa violência tem seu epicentro nas periferias urbanas, onde famílias vivenciam diariamente a realidade das mortes frequentes de jovens negros e de baixa renda.

De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a Bahia tem registrado o maior número absoluto de homicídios violentos no Brasil desde 2019. Em 2022, houve uma redução de 5,9% nas ocorrências, resultando em um total de 6.659 assassinatos ao longo do ano.

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