Tempo de caçada por presos de Mossoró já é maior que busca por Lázaro Barbosa; relembre outras
07 março 2024 às 16h14
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Nesta quinta-feira, 7, completou-se o 23º dia da busca pelos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN), Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento – sem pistas concretas sobre o paradeiro. Este período ultrapassa os 20 dias de busca pelo assassino em série Lázaro Barbosa, ocorrida em junho de 2021, em Goiás.
Ambos os casos compartilham a presença de forças-tarefa compostas por várias equipes, enfrentando a ousadia dos fugitivos. Abaixo, confira algumas outras fugas no Brasil e no exterior, relembradas pelo portal G1, que mantiveram as autoridades em busca por semanas, meses e até anos.
- Lázaro Barbosa – 2021
Lázaro Barbosa, responsável por uma das buscas mais marcantes no Brasil, assassinou, conforme as investigações, quatro pessoas em Ceilândia, no Distrito Federal, no dia 9 de junho de 2021. Após fugir para Cocalzinho de Goiás, escondeu-se na mata.
Suspeito de mais de 30 crimes em Goiás, Bahia e no DF, incluindo homicídio, estupro e roubo, a busca por Lázaro mobilizou mais de 270 agentes. Após confrontos e reféns, ele foi morto no 20º dia em Águas Lindas de Goiás.
- Danilo Cavalcante – 2023
Danilo Cavalcante, condenado à prisão perpétua nos EUA, fugiu de uma prisão na Pensilvânia, causando pânico na região. Após 14 dias de busca com 500 policiais e envolvimento do FBI, Cavalcante foi capturado, percorrendo 38 quilômetros, roubando veículos e trocando tiros.
- Paulo Cupertino – (2019 a 2022)
Paulo Cupertino Matias, acusado de assassinar o ator Rafael Henrique Miguel e seus pais em São Paulo, ficou quase três anos foragido, tornando-se o criminoso mais perigoso de SP. Utilizando nomes falsos, percorreu mais de 300 endereços em três países até ser detido em Interlagos.
O empresário usava técnicas para evitar ser reconhecido, incluindo o não olhar para as câmeras do hotel e o uso de acessórios como chapéus, máscaras e lentes de contato azuis, além de portar uma CNH falsificada.
- Roger Abdelmassih (2011 -2014)
Em agosto de 2014, na cidade de Assunção, no Paraguai, o ex-médico Roger Abdelmassih foi preso por não se apresentar à polícia desde 2011. Sua prisão ocorreu após a revogação de um habeas corpus, quando tentou renovar o passaporte, indicando intenção de fuga.
Abdelmassih havia sido condenado em 2010 a 278 anos de reclusão por estupro e atentado violento ao pudor contra 37 vítimas. Tornou-se um dos criminosos mais procurados pela Polícia Civil de São Paulo, com uma recompensa de R$ 10 mil por informações sobre seu paradeiro. A prisão foi efetuada por agentes da Secretaria Nacional de Antidrogas do Paraguai, com apoio da Polícia Federal brasileira.
- Leonardo Pareja
No caso de Leonardo Rodrigues Pareja, em 1995, aos 21 anos, ele assaltou um hotel na Bahia, mantendo uma adolescente refém por três dias, sobrinha do então senador Antônio Carlos Magalhães.
Após libertar a vítima, Pareja passou mais de um mês fugindo, percorrendo três estados. Ao se entregar em Goiás, protagonizou uma rebelião de seis dias, fugindo e levando seis reféns.
Durante a fuga, fez uma parada em um bar, autografou itens e comprou cigarros e bebidas, sendo recapturado um dia depois. Pareja foi morto na prisão em 1996, após informar sobre um plano de fuga de outros detentos.
- Jorgina de Freitas
A advogada Jorgina de Freitas liderou nos anos 1990 a maior fraude contra a Previdência Social no Brasil, sendo condenada em julho de 1992 a 14 anos de prisão, inicialmente em regime fechado.
Permaneceu foragida até 1997, quando foi encontrada na Costa Rica e extraditada no ano seguinte. O esquema de desvio de verbas de aposentadorias foi estimado em US$ 500 milhões pela Procuradoria-Geral do INSS, mas a AGU indicou posteriormente cerca de R$ 2 bilhões. O caso ficou conhecido como o “escândalo da previdência”.
Jorgina foi presa no Brasil em fevereiro de 1998, perdendo o direito à prisão especial em 2001 com a cassação do registro da OAB. Em junho de 2010, sua sentença foi declarada extinta, obtendo liberdade no mesmo mês. Jorgina faleceu em 2022, após ser internada por um acidente de carro ocorrido em 2021.
- Paulo César Farias
Paulo César Farias, o tesoureiro da campanha de Fernando Collor de Mello, enfrentou um total de 41 inquéritos criminais e teve sua prisão decretada em 31 de junho de 1993, alguns meses após o impeachment do ex-presidente. Ele foi acusado de liderar uma rede de tráfico de influências e corrupção no governo federal, embora tenha negado qualquer envolvimento, optando por fugir do Brasil.
Após a emissão do mandado de prisão, em julho de 1993, Paulo César Farias deixou o país a bordo de um bimotor paraguaio, pilotado por Jorge Bandeira, sócio de Farias. Após várias escalas, chegou a Buenos Aires e, dias depois, partiu para um destino desconhecido.
O tesoureiro da campanha de Collor só foi localizado 130 dias depois, em Londres. No dia seguinte à divulgação de sua localização pelo Jornal Nacional, o governo brasileiro solicitou sua extradição. As autoridades londrinas tentaram capturá-lo, mas sem sucesso. Ele havia fugido para a Tailândia e foi detido no país asiático em 29 de novembro.
Após o julgamento, Paulo César Farias foi condenado a quatro anos de prisão por sonegação fiscal e a sete por falsidade ideológica. Cumprindo um terço da pena, recebeu liberdade condicional em 28 de dezembro de 1995. No ano seguinte, em 1996, Farias foi assassinado, sendo seu corpo encontrado junto ao da namorada, Susana Marcolino, em sua casa de praia em Maceió.
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