A Prefeitura de Anápolis anunciou um reajuste de 6% na tarifa do transporte coletivo, que passará a ser de R$ 5,25, a partir de 1º de dezembro. A medida tem como objetivo evitar uma paralisação dos motoristas, que já haviam aprovado indicativo de greve para a próxima segunda-feira, 25 de novembro. O aumento, baseado em um estudo técnico da Agência Reguladora do Município (ARM), é o primeiro em quase três anos e busca equilibrar as finanças do sistema de transporte público da cidade.

Robson Torres, diretor-presidente da ARM, explicou que a correção inflacionária era necessária para garantir o funcionamento contínuo do serviço. “A Prefeitura está fazendo sua parte para evitar greve ou qualquer outro problema que comprometa o funcionamento do transporte coletivo”, afirmou Torres, destacando que a defasagem acumulada, especialmente com a inflação, tornou o reajuste imprescindível.

A tarifa que atualmente custa R$ 4,95 será ajustada para R$ 5,25 na bilhetagem eletrônica. Já o pagamento em dinheiro passará a custar R$ 6,00. O último aumento havia ocorrido em março de 2022, e desde então, a Prefeitura conseguiu segurar o impacto do aumento dos custos operacionais no sistema de transporte. O reajuste foi definido após análise dos preços de insumos, como diesel e borracha, e considerando a variação no fluxo de passageiros.

Torres ressaltou que o estudo realizado pela ARM foi “bem minucioso”, levando em conta diversos fatores econômicos e a necessidade de corrigir a defasagem tarifária, mas também buscando minimizar o impacto para os usuários. “A correção foi planejada para garantir que a concessionária tivesse as condições necessárias para negociar com os motoristas e também para garantir o funcionamento do sistema”, explicou o diretor-presidente da ARM.

O reajuste foi uma resposta direta à pressão dos motoristas, que reivindicam o pagamento da data-base da categoria. A Prefeitura, por meio da ARM, atendeu à solicitação da concessionária Urban, responsável pelo transporte coletivo em Anápolis, para que a empresa pudesse avançar nas negociações com os trabalhadores. “Agora cabe à empresa negociar com a categoria”, afirmou Torres.

Uma das medidas que a Prefeitura planeja para o futuro do sistema de transporte é a implementação do Vale-Transporte Social, que deverá entrar em vigor a partir de 2025. Este projeto contará com um subsídio de R$ 400 mil mensais, com intuito de tornar o transporte mais acessível à população de Anápolis.

A questão do aumento tarifário surge em um cenário em que, além dos custos operacionais, os motoristas também enfrentam desafios relacionados às condições de trabalho. A categoria aprovou o indicativo de greve em uma assembleia realizada no dia 10 de novembro. No entanto, com o reajuste garantido pela Prefeitura, espera-se que as negociações com os trabalhadores avancem de forma mais tranquila, evitando, assim, a paralisação programada.

O sistema de bilhetagem eletrônica, que é amplamente utilizado pelos passageiros, continua sendo a principal forma de pagamento no transporte coletivo de Anápolis, com ampla disponibilidade nos terminais urbanos. A Prefeitura de Anápolis, ao autorizar o reajuste, busca equilibrar a necessidade de manter o sistema operando de maneira eficiente com os interesses da população e dos trabalhadores do setor.

Por ora, não há previsão de novos aumentos, e a Prefeitura assegura que está trabalhando para minimizar os impactos futuros no bolso dos usuários.

Leia também:

Veja o valor de patrimônios declarados pelos candidatos a prefeito de Anápolis