Soldado brasileiro perde perna ao pisar em mina-borboleta na Ucrânia
Júnior Kamenach
03 julho 2025 às 14h49
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O soldado maranhense Rafael Paixão, de 26 anos, natural de Imperatriz, teve parte da perna esquerda amputada após pisar em uma mina-borboleta durante combate na guerra entre Ucrânia e Rússia. O caso ocorreu enquanto ele cumpria missão como voluntário no Exército ucraniano.
Ferido, Rafael precisou se arrastar por cerca de nove quilômetros até conseguir ser resgatado. As minas-borboleta são um tipo de mina terrestre com formato semelhante a uma hélice ou borboleta, medindo entre 7 e 10 centímetros.
Essas armas são proibidas por tratados internacionais por representarem risco elevado a civis, causando mutilações e mortes indiscriminadas. A família de Rafael recebeu notícias na quarta-feira, 2, por meio de uma ligação do hospital onde ele está internado.
Segundo os familiares, o jovem passou por uma cirurgia delicada e teve a perna amputada do joelho para baixo. O quadro de saúde é estável. Em vídeo enviado à imprensa, Neila Paixão, mãe de Rafael, relatou o drama:
“Ele foi operado, está hospitalizado, perdeu o pé esquerdo, perdeu do joelho para baixo, mas está estável, está vivo. Foi um milagre de Deus. Ele andou nove quilômetros, arrastado por outro militar que deu suporte para ele. Estava muito machucado, mas graças a Deus ele conseguiu.”
Antes de se alistar, Rafael cursava Direito em uma faculdade particular em Imperatriz. Em agosto de 2024, ele deixou os estudos e se mudou para a Holanda com a então namorada. Após o término do relacionamento, decidiu se voluntariar no Exército da Ucrânia, integrando o 3º Batalhão de Brigada de Assalto.
Durante mais de 20 dias, o jovem ficou incomunicável, o que gerou boatos sobre sua morte. A informação foi desmentida por ele próprio em ligação recente à família.
Brasileiros na guerra da Ucrânia
Segundo o Itamaraty, no início do conflito, em 2022, mais de 100 brasileiros se alistaram como voluntários para lutar ao lado do Exército da Ucrânia. Atualmente, não há dados oficiais sobre o número de brasileiros que permanecem no front.
A guerra na Ucrânia começou em fevereiro de 2022, quando o presidente russo Vladimir Putin autorizou a invasão ao território ucraniano. O conflito teve início nas regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, reconhecidas pela Rússia como independentes.
O confronto já resultou em milhares de mortes, milhões de refugiados e devastação em diversas cidades. A Ucrânia recebe apoio de países ocidentais como Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia, enquanto a Rússia sofre sanções econômicas.
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