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O piloto de motocross Fernando Veronezi e a companheira, Sabrina Patrício de Souza, estão entre os 13 sobreviventes do acidente com um balão que pegou fogo e caiu em Praia Grande, no sul de Santa Catarina, na manhã de sábado, 21. O acidente deixou oito mortos, sendo quatro por carbonização e outros quatro em decorrência da queda. Neste domingo, 22, o sobrevivente usou as redes sociais para contar o que aconteceu e desabafar sobre a exposição. “Estou abalado e não caiu a fixa que estou vivo. Por favor respeitem esse momento de aflição!”

Veronezi compartilhou nas redes sociais uma imagem tirada logo após o acidente, na qual aparece sujo, descalço e visivelmente abalado. No relato, ele afirmou ter conseguido saltar do balão a tempo, evitando a tragédia. “Tivemos sorte que consegui sair a tempo. Tudo rápido demais, foi horrível”, escreveu. O celular que carregava quebrou no momento do salto. Sabrina também usou as redes para informar que ambos estavam bem e agradecer pelas mensagens de apoio.

O balão levava 21 pessoas a bordo. Segundo depoimento preliminar prestado à Polícia Civil, o fogo teria começado na base do cesto, onde ficam os passageiros, possivelmente por falha em um maçarico. Ao perceber as chamas, o piloto tentou realizar um pouso forçado e ordenou que os ocupantes saltassem. Treze conseguiram sair antes que o balão voltasse a subir, mais leve, e fosse totalmente consumido pelo fogo.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram passageiros pulando do balão ainda em movimento e gritos de desespero durante a queda. As imagens revelam o momento em que o balão em chamas perde sustentação e despenca em alta velocidade. “Não estava conseguindo encher o balão e custou pegar voo. Não estava tão perfeito para ser um voo, estava tudo estranho”, relatou Veronezi.

Em seguida, o piloto relata que ao jogar o gás dentro do balão, ele foi baixando muito rápido e não houve instrução para pouso. “A gente caiu numa plantação de arroz, bateu em um barranco e já subiu de novo, nesse momento tudo já pegando fogo”, afirmou.

Equipes da Polícia Científica, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil e Defesa Civil foram mobilizadas para atender a ocorrência. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) acompanha a investigação. O local foi isolado para realização de perícia técnica, que deve esclarecer as causas do incêndio. A empresa responsável pelo voo, Sobrevoar, suspendeu suas atividades por tempo indeterminado.

O delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, informou que um dos pontos a serem apurados é o relato de que o extintor de incêndio a bordo do balão não teria funcionado. No entanto, segundo Clóvis Rogério, advogado do piloto, a confirmação sobre a origem do incêndio e falhas nos equipamentos de segurança só poderá ser feita após a conclusão da perícia.

Os nomes das oito vítimas fatais foram confirmados pelas autoridades e os corpos estão sendo identificados oficialmente. Os sobreviventes receberam atendimento médico e passam bem. A tragédia gerou comoção em todo o estado, especialmente entre familiares e turistas que presenciaram o acidente.

As investigações seguem conduzidas pela Polícia Civil de Santa Catarina, com o apoio técnico da Polícia Científica e da Anac.