Por volta das 03 horas da manhã do último sábado, 17, aconteceu um rompimento de barragem em Anápolis. O local não tinha autorização de funcionamento ou licença ambiental no Sistema Estadual de Segurança de Barragens (Seisb), como determina a legislação. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad) está no local realizando o levantamento de danos ambientais e, com base nas apurações, tomará as medidas administrativas cabíveis. 

De acordo com o subsecretário de Licenciamento, Fiscalização e Controle Ambiental da Semad, Robson Disarz, o rompimento foi causado por obras de manutenção, sem acompanhamento de profissionais habilitados. “Essa barragem não tinha licença ambiental do estado”, afirma o subsecretário.

A propriedade rural em que se localiza a barragem fica acima do ponto de captação do Sistema Piancó 1. O rompimento provocou o carreamento de solo no leito do manancial. Isso aumentou a turbidez da água bruta, ou seja: ocasionou alterações significativas nas características da água do manancial.

Devido ao acidente o fornecimento de água da região ficou suspenso entre às 03h45 e 15h40 de sábado. “Por conta do rompimento foi ocasionado o rompimento do abastecimento público por parte do sistema Piancó da Saneago. O sistema já está reestabelecido”. Ao longo do dia, técnicos executaram manobras de rede para minimizar os impactos no abastecimento e um caminhão-pipa reforçou o abastecimento nos reservatórios da Saneago.

Segundo investigação preliminar da Semad, a barragem perdeu parte do talude de jusante, que é a superfície inclinada do maciço oposta ao reservatório. O episódio aconteceu devido às chuvas em dezembro do ano passado e março deste ano. 

Segurança de barragens

A Semad realiza, há meses, uma campanha para mobilizar e sensibilizar os proprietários de barragens em Goiás a regularizar os seus empreendimentos e cadastrá-los no Seisb. O prazo para fazer o cadastramento sem ter que pagar multa termina em outubro deste ano. Monitoramento remoto mostra que existem mais de 40 mil barragens com, no mínimo, dois mil metros quadrados de lâmina d’água no Estado, mas cerca de sete mil estão no Seisb.