Sem exigências atendidas por Iris, educação pode entrar em greve
07 abril 2018 às 10h25
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A presidente do Sintego, Bia de Lima, fala em protestar em favor de agenda que briga com o Município por respeito aos direitos de servidores e qualidade de alimentos aos alunos
“Se a proposta para a educação não avançar, e o que a prefeitura propuser for ruim, teremos uma agenda intensa”, explica a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Bia de Lima. Apenas este ano, a entidade se reuniu com a categoria quatro vezes, para estabelecer exigências que vão do pagamento do reajuste do piso salarial, atrasado desde 2017, até a má qualidade da merenda.
Conforme a líder sindical, o Sintego aguarda para os próximos dias uma proposta que atenda às necessidades da categoria. “Caso não nos convença, entregaremos carta ao MP [Ministério Público do Estado de Goiás], ao TCM [Tribunal de Contas dos Municípios], aos vereadores, que são efetivamente órgãos fiscalizadores para a aplicação dos recursos da educação”, avisa.
O Sintego é o movimento mais adiantado, no sentido de já ter uma agenda com cobranças pontuais. “Temos feito reuniões, inclusive as duas primeiras do ano foram realizadas na Câmara Municipal e as duas últimas no Paço Municipal”, lembra. Ela promete que o Sintego vai continuar panfletando, protestando nas ruas e deve fazer greve. “Tradicionalmente, todo ano nossa categoria faz greve. Estamos trabalhando uma outra forma de mobilização, que são as assembleias”, pontua.
Na lista de pautas cobradas pelo Sintego, a mais curiosa é a denúncia sobre a carne que estaria sendo servida a Cmeis. “A gente recebeu fotos dessas carnes. Carne de ‘terceira’ servida no lugar de carne de ‘primeira’. Quando falei com o secretário de Educação [Marcelo Ferreira da Costa] sobre esse problema com a alimentação ele ficou nervoso, mesmo assim a gente vai denunciar”, diz.
A falta de profissionais nas escolas e Cmeis causa desconforto e compromete a qualidade educacional. Por isso a entidade cobra o chamamento dos concursados. No último certame, a prefeitura não conseguiu sanar a demanda. “A falta de efetivo enfraquece o ensino”, lembra.
A categoria cobra que a prefeitura pague o adicional de 30% dos auxiliares de atividades educacionais, sem o pagamento há 12 meses. Ainda na pauta, o Sintego questiona a falta de atendimento aos servidores pelo Instituto Municipal de Assistência à Saúde (Imas), que amarga enorme crise por não pagar os prestadores de serviço, como publicou o Jornal Opção em reportagens de fevereiro. As cobranças se estendem também ao rombo de milhões nas contas do Instituto de Previdência dos Servidores Municipais (IPSM).
Ainda segundo a presidente da entidade, o Sintego tem tido paciência com a gestão Iris, tentando o diálogo. “Conversamos com secretários de Educação, de Governo e de Finanças, agora falta falar com o prefeito. Pelo que sabemos, a prefeitura construiu uma proposta para a educação. Estamos aguardando.”