A presidente do Sintego, Bia de Lima, fala em protestar em favor de agenda que briga com o Município por respeito aos direitos de servidores e qualidade de alimentos aos alunos

Carne de “terceira” teria sido servida a crianças de Cmei, denuncia Sintego | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

“Se a proposta para a educação não avançar, e o que a prefei­tu­ra propuser for ruim, teremos uma agenda intensa”, explica a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Bia de Lima. Ape­nas este ano, a entidade se reuniu com a categoria quatro vezes, para es­tabelecer exigências que vão do pa­gamento do reajuste do piso sa­la­ri­al, atrasado desde 2017, até a má qualidade da merenda.

Conforme a líder sindical, o Sin­tego aguarda para os próximos dias uma proposta que atenda às ne­cessidades da categoria. “Caso não nos convença, entregaremos car­ta ao MP [Ministério Público do Estado de Goiás], ao TCM [Tri­bunal de Contas dos Muni­cí­pi­os], aos vereadores, que são efetivamente órgãos fiscalizadores para a aplicação dos recursos da educação”, avisa.

O Sintego é o movimento mais adi­antado, no sentido de já ter uma agenda com cobranças pontuais. “Temos feito reuniões, inclusive as duas primeiras do ano fo­ram realizadas na Câmara Mu­ni­ci­pal e as duas últimas no Paço Mu­ni­cipal”, lembra. Ela promete que o Sintego vai continuar panfletando, protestando nas ruas e deve fazer greve. “Tradicionalmente, todo ano nossa categoria faz greve. Estamos trabalhando uma outra forma de mo­bi­lização, que são as assembleias”, pontua.

Na lista de pautas cobradas pelo Sintego, a mais curiosa é a denúncia sobre a carne que estaria sendo servida a Cmeis. “A gente recebeu fotos dessas carnes. Carne de ‘terceira’ servida no lugar de carne de ‘primeira’. Quando fa­lei com o secretário de Educação [Mar­celo Ferreira da Costa] sobre es­se problema com a alimentação ele ficou nervoso, mesmo assim a gen­te vai denunciar”, diz.

Bia Lima: “A falta de efetivo enfraquece o ensino | Foto: Sintego/Divulgação

A falta de profissionais nas es­co­las e Cmeis causa desconforto e compromete a qualidade educacional. Por isso a entidade cobra o cha­mamento dos concursados. No úl­timo certame, a prefeitura não con­seguiu sanar a demanda. “A fal­ta de efetivo enfraquece o ensino”, lembra.

A categoria cobra que a pre­fei­tu­ra pague o adicional de 30% dos au­xiliares de atividades educacionais, sem o pagamento há 12 me­ses. Ainda na pauta, o Sintego ques­tiona a falta de atendimento aos servidores pelo Instituto Mu­ni­cipal de Assistência à Saúde (Imas), que amarga enorme crise por não pagar os prestadores de ser­viço, como publicou o Jornal Opção em reportagens de fevereiro. As cobranças se estendem tam­bém ao rombo de milhões nas con­tas do Instituto de Previdência dos Servidores Municipais (IPSM).

Ainda segundo a presidente da entidade, o Sintego tem tido pa­ci­ên­cia com a gestão Iris, tentando o diá­logo. “Conversamos com secretários de Educação, de Governo e de Fi­nan­ças, agora falta falar com o prefeito. Pelo que sabemos, a pre­fei­tu­ra construiu uma proposta para a educação. Estamos aguardando.”