Secretário de Finanças diz que extinção da Comurg é “uma possibilidade”

23 maio 2017 às 10h37

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Oseias Pacheco garantiu que gestão Iris trabalha para sanear companhia, mas se não conseguir não haverá outra alternativa

O secretário de Finanças da Prefeitura de Goiânia, Oseias Pacheco, reconheceu, durante entrevista ao Jornal Opção, que a gestão Iris Rezende (PMDB) pode sim liquidar a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg).
Segundo ele, caso não seja possível conter o descontrole financeiro na empresa que realiza a coleta de lixo e a limpeza urbana da capital, não haverá outra possibilidade que não encerrar suas atividades.
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“É uma possibilidade, porque se não conseguirmos sanear a Comurg, não há outra alternativa. Estamos trabalhando diuturnamente para fazer com que a Comurg seja viável de acordo com o contrato que tem de execução de um serviço público para a prefeitura”, explicou.
Alvo de inúmeras denúncias de corrupção, a companhia foi alvo em janeiro de 2017 de uma ação civil pública proposta pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) contra ex-diretores, diretores e sindicatos, que revelou um esquema que causou prejuízos milionários, inchou a folha de pagamento e promoveu desmonte da estatal goianiense entre os anos de 2009 e 2016.
Após a denúncia, em março deste ano, o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO) apresentou relatório no qual recomenda o recálculo imediato dos quinquênios concedidos a funcionários efetivos da estatal para tentar acabar com a farra dos supersalários. O imbróglio segue na Justiça e a gestão Iris Rezende (PMDB) sofre para resolver o problema.
Para o secretário de Finanças, o maior problema da Comurg é justamente a “operacionalização dos recursos financeiros” repassados pela prefeitura. “Se descontrola em relação a folha de pessoal, não temos condição de efetuar o pagamento, pois o contrato de prestação de serviço tem um limite legal e não faremos pagamento além do limite”, explicou.
Questionado sobre como se daria o processo de liquidação da empresa, o secretário se restringiu a dizer que trata-se de uma “decisão jurídica e não técnica, nem contábil”. “Quem tem responder são os procuradores da Comurg e da prefeitura”, arrematou.
O secretário de Finanças Oseias Pacheco depôs, na última segunda-feira (22/5), na Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Herança, que que investiga as contas públicas da Prefeitura de Goiânia nos últimos oito anos.