A notícia da deflagração da Operação Panaceia, conduzida pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria Geral da União (CGU), trouxe à tona um suposto desvio de recursos públicos destinados à saúde, entre 2012 e 2018, no estado de Goiás.

Embora, até o momento, seja apenas uma investigação, o caso exige nossa atenção, especialmente quando se trata de algo tão essencial e irreversível como a saúde pública, um dos direitos fundamentais dos cidadãos previstos pela Constituição.

A Operação Panaceia sugere uma trama de corrupção que se vale de contratos com organizações sociais que deveriam estar comprometidas com o bem-estar da população, mas que, segundo as investigações, desviaram verbas por meio de subcontratações fraudulentas, envolvendo empresas ligadas a políticos e administradores públicos.

Para entender a gravidade dessa ação, é necessário considerar que, se comprovado, os recursos desviados foram destinados à saúde, uma área onde cada centavo conta na compra de medicamentos, na manutenção de unidades de saúde e na garantia de serviços essenciais à população.

O nome escolhido para a operação, “Panaceia”, uma referência à deusa grega da cura, não poderia ser mais simbólico. Em vez de remédios para todos os males, como promete a deusa, o que se investigam são os “remédios” que, ao invés de curar, corrompem e desviam recursos, comprometendo a saúde pública e prejudicando quem mais necessita.

Caso sejam provados, os crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro investigados na Operação Panaceia não podem ser minimizados. Se confirmadas as irregularidades, as punições devem ser rigorosas, pois estamos falando de crimes que afetam diretamente a qualidade de vida e o acesso à saúde de milhares de pessoas.

A saúde é um direito fundamental, não um campo para interesses privados e corrupção. E quando recursos essenciais são desviados, as consequências são irreparáveis: falta de medicamentos, hospitais sucateados, serviços de saúde comprometidos e, principalmente, vidas que podem ser perdidas devido à negligência administrativa.

A investigação está em andamento, mas a sociedade precisa estar atenta. Se os envolvidos forem comprovadamente culpados, as penas devem ser exemplares. O que fica claro é que o combate à corrupção deve ser implacável, especialmente quando os recursos públicos são desviados de setores tão sensíveis como a saúde.

A transparência, a fiscalização rigorosa e a punição dos responsáveis são fundamentais para garantir que a sociedade volte a ter confiança nas instituições e no uso do dinheiro público.

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