Sanções americanas contra China podem impactar o Brasil; entenda

15 maio 2024 às 12h22

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou na última terça-feira, 14, novas alíquotas de imposto de importação sobre US$ 18 bilhões em produtos chineses. Ação vem sob a justificativa de “proteger” os trabalhadores e as empresas norte-americanas das práticas comerciais “desleais” da China.
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Com as sanções, as alíquotas vão subir para diversos produtos, de veículos elétricos e baterias de lítio a semicondutores e painéis solares, e em alguns casos vão quadruplicar, dos atuais 25% para 100%. Em resposta à ofensiva americana, o Ministério do Comércio da China disse em comunicado que o país está fortemente insatisfeito com a decisão norte-americana e tomará medidas firmes para defender seus direitos e interesses.
Brasil
A “briga” entre os dois países, responsáveis por deter as maiores economias mundiais, pode afetar o Produto Interno Bruto (PIB) de países menos desenvolvidos economicamente, como o Brasil. O economista Oscar Rosa afirma que a exportação de produtos agrícolas e de minério de ferro será fortemente impactado.
“Se a China começar a vender menos para o mercado merecido, ela obviamente deixa de comprar produtos nossos. Somos extremamente dependentes do mercado chines. Os nossos maiores volumes de exportação vão para a China”, explicou.
Ao reduzir o poder de venda, o mercado brasileiro conhecido por ser um dos principais fornecedores de alimentos do mundo, esbarraria na queda do valor dos produtos produzidos no país. O efeito negativo, então, impactaria diretamente a geração de emprego e renda, segundo Oscar.
A taxa de desemprego do Brasil ficou em 7,9% no 1º trimestre de 2024, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa aumentou 0,5 ponto percentual em relação ao 4º trimestre de 2023, quando era de 7,4%.
“O produtor, por exemplo, vai lucrar menos e, consequentemente, cortar despesas. Isso irá diminuir os impostos e aumentar o desemprego. É um efeito dominó”, concluiu.