O prefeito de Anápolis Roberto Naves (Republicanos) criticou a suplementação do orçamento que foi aprovada na Câmara Municipal na quinta-feira, 12. Segundo ele, os parlamentares aprovaram o pagamento de pessoal e também recursos para a Santa Casa, mas deixaram de fora outros serviços, porém parlamentares dizem que o prefeito não especificou quem seira pago e nem o valor gasto.

“Infelizmente, para agradar o próximo prefeito, eles vetaram o pagamento do lixo, do tapa-buraco, das instituições do terceiro setor, do material necessário para sepultamentos, do sistema utilizado para matricular os alunos na rede municipal de ensino e até da gasolina que é utilizada nas ambulâncias do SAMU”, criticou o prefeito.

Naves alega que Anápolis alcançou um superávit orçamentário de mais de R$ 120 milhões, um fato que motivou a gestão a buscar a autorização da Câmara de Vereadores para movimentar esse orçamento. “Nós pedimos para a Câmara de Vereadores a autorização para movimentar o orçamento, para a gente poder pagar as contas, já que nós temos o dinheiro e está em caixa”, declarou pelas redes sociais.

“Em outros anos foi preciso também fazer esse remanejamento orçamentário, e nunca tinha sido gerada essa celeuma e essa problemática que foi criada dessa vez”, completou. Apesar de Roberto Naves ter dito anteriormente que não tinha problema com a transição, o cenário atual indica outra situação.

Vale lembrar que Naves está no seu segundo mandato seguido e apoiou sua secretária Eerizania Freitas (UB) nas eleições municipais. No entanto, o vencedor foi Márcio Corrêa (PL), ao derrotar Antônio Gomide (PT) no segundo turno.

Sem explicação

Segundo uma fonte de dentro da Câmara, a planilha apresentada pelo Executivo continha informações insuficientes. “Ele mandou uma planilha com uma rubrica aberta. Ele colocava ‘Fundo Social’, mas não especificava qual instituição social seria paga. O orçamento já aprovado deveria cobrir essas despesas, mas não conseguimos identificar qual instituição ele queria pagar”, afirmou um vereador sob reserva.

A falta de detalhes na planilha gerou dificuldades na análise da proposta. “Quando pedimos a especificação, a resposta foi vagamente formulada. O secretário de Economia deveria ter discriminado melhor, mas as informações vinham de forma imprecisa. Pagamento de pessoa jurídica ou pessoa física eram citados sem a devida identificação, o que permitiria ao Executivo pagar qualquer um sem justificativas claras”, ressaltou.

“Faltando menos de 20 dias para encerrar o ano, ele queria uma autorização de suplementação extremamente vazia. Isso é inaceitável”, criticou. “Ele alegou que precisava garantir serviços essenciais, mas a verdade é que o orçamento já tinha sido aprovado para pagamento destas despesas”, complementou.

Questionado sobre a solução para as áreas que precisam de quitação, a fonte disse: “Ele deve pagar com o dinheiro que já tem. O orçamento foi aprovado em setembro, e agora, em dezembro, não podemos mudar isso. O clima na Câmara não é favorável a uma nova votação extraordinária, e as negociações, a meu ver, ficarão para o próximo governo.”

O Jornal Opção entrou em contato também com o presidente da Câmara de Anápolis, Domingos de Paula (PDT), que revelou que a suplementação retirou cerca de R$ 28 milhões do projeto original do Executivo.

“Se por ventura chegar em um acordo com a nova base, porque, querendo ou não, o novo prefeito já tem uma base. Se chegar em um acordo, nós votamos outro substitutivo neste mandato. Se não, o próximo prefeito [Márcio] precisa mandar o projeto”, comentou.

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