Segundo dados apresentados pela CPI, a arrecadação média de 2010 e 2011 da empresa era de aproximadamente R$ 100 milhões, mas caiu para R$ 100 mil em 2018 

Presidente da Mitsubishi participou de oitiva nesta segunda-feira, 4 | Foto: Eduardo Pinheiro/Jornal Opção

O presidente da Mitsubishi, Ailton Coimbra Bonfim, foi ouvido na tarde desta segunda-feira, 4, na CPI que investiga irregularidades na concessão de incentivos fiscais na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás. Segundo dados apresentados pela CPI, a arrecadação média de 2010 e 2011 da empresa era de aproximadamente R$ 100 milhões em impostos para o Estado. No entanto, caiu para R$ 100 mil em 2018.

O relator Humberto Aidar (MDB) avalia que a Mitsubishi exigiu tratamento semelhante ao recebido pela Caoa, o que modificou a forma de arrecadação de impostos junto à empresa. A partir daí, recebeu três créditos outorgados, dos quais dois que incidem sobre operações, gerando ICMS, e o terceiro em crédito moeda. “A Mitsubishi gerava muito crédito, mas após a instalação da Caoa, caiu vertiginosamente”, disse.

Durante a apresentação da carga tributária houve choque de informações. Enquanto a empresa diz que paga 1.96% em ICMS, a relatoria, com informações da Secretaria de Estado da Economia, mostra 0.28%. Incluindo a importação, leilão e Fomentar chega a 0.79% de ICMS.

Crédito moeda

Humberto diz ainda que houve registro de situação atípica, no qual o crédito moeda recebido foi de R$ 120 milhões e recolheu ICMS no valor de R$ 59 milhões. “Vamos aguardar documentação enviado pela Mitsubishi para fazer a confrontação, mas é estranho”, avaliou. “Uma microempresa paga no mínimo 1.5% em ICMS. Fica difícil de entender”, continua.

O presidente da empresa rebate que, ao assinar compromisso com crédito outorgado, foi pedido contrapartida em investimento de R$ 1 bilhão, além de geração de 2 mil empregos. “A política de incentivo visa geração de emprego e renda e fazemos isso. Investimos R$ 1.5 bi. Ou seja, mais do que o combinado. Além de gerarmos 6 mil empregos hoje. Todas as contrapartidas pedidas foram cumpridas”, salientou.

Ailton ainda salientou que a crise econômica afetou diretamente os números da empresa, deixando as vendas estagnadas. “Mesmo assim continuamos gerando 6 mil empregos. Continuamos contribuindo porque acreditamos no Estado de Goiás”, salientou.

O presidente da Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, que também seria ouvido nesta segunda, enviou um atestado médico alegando que não pode se apresentar em 10 dias à CPI. A mesa vai fazer requerimento para nova convocação em 15 dias.