Dois dias após ser presa por suspeita de cometer racismo, uma psicóloga de Goiânia foi solta sem precisar pagar fiança, em regime de liberdade provisória, enquanto aguarda o andamento do processo. A Polícia Civil de Goiás prendeu a suspeita após ela chamar o técnico de um time infantil de “macaco” durante um campeonato de futebol, em um caso que ocorreu no último sábado, 2.

O delegado Humberto Teófilo, responsável pela investigação, informou que as ofensas raciais foram proferidas na presença de diversas testemunhas, incluindo crianças. Embora a mulher tenha deixado o local antes da chegada da Polícia Militar, ela foi localizada em sua residência no Setor Marista e conduzida para a Central de Flagrantes.

O delegado Teófilo descreveu o momento da prisão, revelando que o marido da psicóloga tentou justificar as ofensas, alegando que sua esposa era alvo de “inveja e perseguição” por ser “bonita e bem-sucedida”. Para a Polícia Civil, essa defesa foi considerada “sem fundamento” diante das evidências e dos relatos das testemunhas. Segundo o delegado, o caso segue em investigação para verificar se houve outros episódios similares envolvendo a suspeita.

Em entrevista ao Jornal Opção, o delegado Teófilo explicou o desenrolar do caso desde o momento do flagrante. “Ela proferiu ofensas racistas contra o técnico de futebol, e também fez gestos imitando um macaco.”

A versão da suspeita e a fala do marido

Durante a abordagem policial, a psicóloga negou que sua fala tivesse intenção racista, alegando que suas palavras foram mal interpretadas. Ela explicou que estava tentando descrever o comportamento do técnico, mas não foi convincente para a polícia. 

Decisões judiciais e situação atual

Após a prisão, a psicóloga passou por audiência de custódia no domingo, 3, e obteve liberdade provisória, mas com restrições. Ela está proibida de participar de eventos esportivos e de se aproximar da vítima. Segundo Teófilo, embora o crime de racismo não permita fiança, ela responderá em liberdade até o julgamento. “Ela foi liberada provisoriamente e agora aguarda o andamento do inquérito”, explicou o delegado.

“O inquérito policial agora vai tramitar, o que pode levar cerca de dez a trinta dias. Após concluído, ele será encaminhado ao Ministério Público, que vai decidir sobre a denúncia e iniciar o processo”, explicou o delegado Humberto Teófilo.

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