Ex-procuradores e ex-vereadores de Formosa entram na mira do MPGO suspeitos de fraudar ‘fila dos precatórios’
Pedro Moura
13 maio 2025 às 09h15
COMPARTILHAR
Um vereador, 14 ex-parlamentares e um advogado entraram na mira do Ministério Público de Goiás (MPGO) na manhã desta terça-feira, 13, durante operação para investigar um esquema de fraudes no pagamento privilegiado de precatórios no município.
LEIA TAMBÉM
Vereadores de Cachoeira Alta são alvo de operação por desvio de verba pública e compra de votos
Investigado em operação contra o PCC trabalhou em gabinete e na CCJ da Câmara de Goiânia
Os pagamentos, de acordo com o órgão, aconteceram fora da ordem legalmente estabelecida, em favor de membros e ex-membros do legislativo municipal da cidade. Além dos vereadores, ex-procuradores do município foram alvo das buscas, assim como um empresário. São eles:
- Edmundo Nunes Dourado (vereador)
- Jesulindo Gomes de Castro (ex-vereador)
- Jurandir Humberto Alves de Oliveira (ex-vereador)
- Emilio Torres de Almeida (ex-vereador)
- Jeremias Gomes de Castro (ex-vereador)
- Nelio Marques de Almeida (ex-vereador)
- Eliton de Paiva (ex-vereador)
- Dijair de Sousa Geracy (ex-vereador)
- Domingos de Sena Lopes Filho (ex-vereador)
- Miguel Rubens dos Santos Oliveira (ex-vereador)
- José Aparecido de Sousa Leite (ex-vereador)
- Antônio Faleiro Filho (ex-vereador)
- Divino Ramos da Silva (ex-vereador)
- Wenner Patrick de Sousa (ex-vereador)
- Gustavo Marques de Oliveira (ex-vereador)
- Ítalo José Barbosa Xavier (ex-procurador do município)
- Alessandro de Sousa Oliveira (ex-procurador município)
- Santiago Ferreira Ribeiro (advogado)
- Irani Tavares de Campos Araújo (particular)
De acordo com o MP, os suspeitos “furavam a fila” do precatório, usando a influência e conhecimento político, além de contar com o suposto auxílio dos ex-procuradores do município, que firmavam acordos para agilizar o pagamento. O valor, então, era pago pela própria prefeitura.
A fraude vinha ocorrendo desde 2022. Entretanto, o MP tomou conhecimento do esquema apenas em janeiro deste ano. Durante a ação de hoje, foram apreendidos computadores, celulares e documentos, incluindo precatórios.
A operação contou com o apoio da Polícia Civil de Goiás (PC-GO) e da Polícia Militar de Goiás (PM-GO), tendo sido acompanhada por representantes da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Goiás (OAB-GO). Em nota, a OAB informou que acompanhou a operação para garantir o direito ao contraditório e ampla defesa e que adotou providências em relação a investigação (veja nota completa abaixo).
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Formosa, além da Câmara Municipal do município, mas não obteve retorno.
Nota OAB
“A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) informa que está acompanhando, por meio da subseção de Formosa e do Sistema de Defesa das Prerrogativas (SDP), a Operação Carburador, deflagrada na manhã desta terça-feira (13) pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), e que supostamente envolve um advogado.
A OAB-GO reitera que apura todas as infrações que chegam ao seu conhecimento, adotando as providências cabíveis para a defesa da dignidade da advocacia, sempre em respeito ao contraditório e à ampla defesa.
A Seccional reforça que o acompanhamento busca garantir o respeito às prerrogativas profissionais e, além disso, fiscalizar a observância dos preceitos éticos da advocacia. Por fim, informa ainda que não comenta eventuais ocorrências, prisões ou condenações de seus inscritos”.
