Primeiro programa de Iris na TV frustra expectativas de mudar o rumo da campanha
20 agosto 2014 às 18h41
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Se os programas do PMDB na TV não forem bem diferentes do primeiro, Marconi já pode ir encomendando o terno para posse no 4º mandato Depois de uma desgastante batalha para se impor como candidato do PMDB ao governo e dada a enorme desvantagem para seu arquirrival, Marconi Perillo (PSDB), cada vez com chance maior de vencer no primeiro turno, a aposta de Iris Rezende para uma virada no rumo da sucessão seria o horário eleitoral, especialmente seus minutos na TV. Se depender do primeiro programa, a turma pode esquecer.
A coligação oposicionista levou para os lares goianos o ex-governador, o ex-prefeito, o ex-ministro, (ex) tudo, menos uma perspectiva de futuro mandatário de Goiás.
As filhas de Iris Rezende foram à tela para falar da figura do pai que em nada se diferencia de sua figura pública, e para dizer que ele atende “desde o presidente da República” até a pessoa mais humilde com a mesma atenção.
Depois, foi a vez de o próprio candidato se apresentar. O cenário? Uma imagem gravada em propriedade rural, talvez a do próprio Iris, vestido de camisa xadrez. “Quando a pessoa nasce, recebe um dom de Deus. Nasci com um dom político e a minha carreira política só encontra explicação na área espiritual”, declarou. Seu depoimento messiânico combina com o início do programa, em que aparece cumprimentando pessoas na rua e sendo aquele que “toma cafezinho na casa da gente”, como disse o locutor.
Ao que parece, Iris parece não apostar na renovação de sua imagem — ou mesmo de seu perfil — como tática para vencer as eleições. Mostrou o que ele é: alguém que gosta de ser popular (ou populista, na visão de outros, principalmente adversários), que mostra suas origens como algo virtuoso e que se entende como alguém designado por poderes divinos para uma missão na Terra. Falou que ama Goiás, mas não tocou em nada que de fato signifique mudança para as pessoas do Estado.
Enfim, perdeu seu primeiro horário eleitoral. Para o bem de sua própria coligação, que os programas na TV sejam bem diferentes do que foi o primeiro. Caso contrário, Marconi fica bem mais perto de encomendar o terno da posse para o quarto mandato.