Primeira “família acolhedora” recebe criança em Goiânia; entenda
23 março 2024 às 11h05
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Nesta sexta-feira, 22, pela primeira vez em Goiânia, uma criança ganhou um lar temporário. A prioridade é para crianças vulneráveis na primeira infância, ou seja, até os seis anos de idade. São crianças que estavam em abrigos institucionais, que precisaram ser afastadas de suas famílias de origem, para quem o acompanhamento familiar é essencial no desenvolvimento.
É importante destacar que não se trata de uma adoção e a família não pode manifestar interesse em adotar o acolhido. O acontecimento marca o início do projeto “Família Acolhedora” no Poder Judiciário goiano. A decisão, proferida pela juíza da Vara da Infância e Juventude da comarca de Goiânia, Maria Socorro de Sousa Afonso da Silva, baseou-se nos princípios do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
O objetivo é que o acolhimento familiar seja prioritário, principalmente na primeira infância, como estabelece a sistemática do Marco Legal da Primeira Infância. O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) divulgou as informações.
Os responsáveis pelo lar temporário se cadastraram pelo Serviço de Família Acolhedora, acompanhados pelo juizado da infância e da juventude de Goiânia. E após um proceso de seleção e preparação da família acolhedora (que inclui avaliações psicológicas e socioeconômicas, além de treinamento específico para atender às possíveis necessidades) podem receber a criança em seus lares temporáriamente.
As famílias participantes do programa recebem apoio contínuo de profissionais especializados, garantindo o bem-estar e o desenvolvimento saudável dos acolhidos. As crianças, por sua vez, podem experimentar um cotidiano mais parecido com o de um ambiente familiar, deixando os abrigos institucionais.
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com apoio dos tribunais de justiça, tem incentivado a criação dos serviços de acolhimento familiar, já que a medida traz benefícios para os acolhidos, para os municípios e, consequentemente, para toda a sociedade.
Família Acolhedora
A iniciativa visa oferecer um ambiente familiar temporário para crianças e adolescentes que foram afastados de suas famílias por meio de medidas judiciais, destacando a importância de um acolhimento que prioriza a reintegração familiar ou, quando isso não for possível, a colocação em uma família substituta.
O “Família Acolhedora” surge como alternativa ao acolhimento institucional, com o objetivo de proporcionar um contexto de maior proximidade e atenção às crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Sendo um serviço municipal, as regras e condições podem variar em cada cidade.
Em Goiânia, o subsídio é de um salário minimo por criança, sendo até três crianças por família. E de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), esse lar temporário pode servir de morada para a criança por até 18 meses (um ano e meio).
Este é um movimento importante para garantir a integridade física e emocional desses jovens, oferecendo um cuidado mais individualizado e a oportunidade de manter um cotidiano mais parecido com o de um ambiente familiar.
Para se cadastrar, o formulário está disponível no Instagram: Família Acolhedora Goiânia.
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