A falta de repasses financeiros regulares por parte da Prefeitura de Aparecida de Goiânia ameaça a continuidade dos serviços do Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP), administrado pela Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein (SBIBAE).

De acordo com um ofício enviado ao comitê de transição da Secretaria Municipal de Saúde, a dívida acumulada entre a Prefeitura e o HMAP atinge R$ 33.329.366,80. Os atrasos de pagamento colocam em risco a prestação de serviços essenciais à população.

No ofício, datado de 26 de novembro de 2024, a direção do HMAP alerta para os impactos da falta de repasses financeiros, destacando a dificuldade em cumprir obrigações com colaboradores e fornecedores, o que compromete a continuidade dos serviços prestados à população. Caso a situação não seja regularizada até o dia 28 de novembro, o hospital poderá suspender todos os serviços, exceto aqueles considerados urgentes.

O documento enfatiza ainda que, apesar dos resultados expressivos alcançados pelo HMAP entre junho de 2022 e outubro de 2024 – incluindo 24.914 saídas hospitalares, 16.307 procedimentos cirúrgicos, 5.511 procedimentos de hemodinâmica, 223.206 consultas e 879.023 exames de laboratório – a atual crise financeira ameaça a qualidade e a continuidade desses atendimentos. O hospital também destaca que o Net Promoter Score (NPS) alcançado foi de 97, evidenciando a satisfação da população com os serviços prestados.

A direção do HMAP alerta que a falta de repasses está gerando uma situação financeira gravíssima, com risco iminente de colapso. A instituição solicita, assim, uma ação urgente para regularizar os pagamentos e garantir a continuidade do atendimento à comunidade, evitando a paralisação dos serviços essenciais. O prazo estabelecido para a regularização é até 28 de novembro de 2024.

Em resposta à situação, o prefeito eleito Leandro Vilela, que assumirá a administração municipal em janeiro de 2025, já se reuniu com a direção do HMAP e solicitou um voto de confiança para sua gestão futura. Vilela também determinou que a Comissão de Transição busque soluções junto à atual gestão, liderada pelo prefeito Vilmar Mariano, e aos secretários de Fazenda, Einstein Paniago, e de Saúde, Bruno Hernandez, para resolver a dívida ainda neste ano.

O HMAP foi um tema central na campanha eleitoral de Vilela, que defendeu a permanência da gestão do Albert Einstein no hospital e a ampliação de leitos, incluindo a criação de 30 leitos oncológicos. A atual crise financeira, portanto, tem gerado preocupação, não apenas pela possível paralisação dos serviços, mas também pela continuidade das melhorias propostas para a saúde pública do município.

A direção do HMAP reitera a urgência da regularização dos repasses e solicita a adoção de medidas imediatas para evitar o colapso dos serviços hospitalares em Aparecida de Goiânia.

O Jornal Opção entrou em contato com a prefeitura do município para solicitação de nota, mas foi encaminhado para a Secretaria de Saúde, que encaminhou para a Secretaria Municipal de Fazenda. O espaço segue aberto.

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