Polo norte magnético da Terra se desloca em direção à Sibéria, entenda a mudança drástica para o planeta

23 janeiro 2025 às 16h24

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Recentemente, cientistas atualizaram a posição do polo norte magnético da Terra, um fenômeno natural que tem grandes implicações para a navegação em todo o mundo. De acordo com os novos dados, o polo norte magnético, que antes estava localizado na região do Ártico canadense, agora se encontra mais próximo da Sibéria. Essa atualização foi incorporada ao World Magnetic Model (WMM), um modelo essencial utilizado para corrigir a direção das bússolas e outros sistemas de navegação.
O WMM é o resultado de uma colaboração entre a Agência Nacional de Inteligência Geoespacial (NGA) dos Estados Unidos e o Centro Geográfico de Defesa (DGC) do Reino Unido. Ele mapeia as variações no campo magnético da Terra, que é constantemente influenciado por movimentos no núcleo do planeta.
Embora as alterações sejam pequenas, elas são de extrema importância para a navegação, especialmente em rotas marítimas e aéreas. Para entender melhor o impacto dessa mudança, é necessário lembrar alguns conceitos sobre como a Terra gera seu campo magnético.
O polo norte geográfico, o ponto fixo que usamos para representar o norte nos mapas, é diferente do polo norte magnético. O primeiro é um local fixo no Oceano Ártico, onde as linhas de longitude se encontram. Já o polo norte magnético não é estático e se desloca ao longo do tempo.
Esse movimento é causado pelos fluidos metálicos no núcleo da Terra, que geram correntes elétricas e, por consequência, campos magnéticos. Assim, o polo norte magnético se move de maneira gradual, e foi isso que motivou a mais recente atualização.
Com a mudança de 2025, o polo norte magnético agora está mais perto da Sibéria do que do Canadá, marcando uma alteração no padrão de movimento desse campo magnético. Esse deslocamento ocorre devido a fatores como a rotação da Terra, a convecção térmica no interior do planeta e a força de Coriolis.
Vale ressaltar que essa variação não representa uma mudança no campo magnético em si, mas sim na forma como o interpretamos, já que a bússola ainda aponta para a direção do polo norte magnético. O que mudou é o local para onde ela nos leva.

Embora essa diferença de posição não afete tanto a navegação em distâncias curtas, como em viagens de carro, ela é crucial em rotas mais longas, como as marítimas e aéreas. Nessas rotas, onde não existem estradas fixas, a precisão da navegação magnética pode ser comprometida, levando a erros nos cálculos de percurso. Nos arredores do polo magnético, por exemplo, as bússolas já não são tão precisas, e os navegadores precisam adotar tecnologias adicionais para se orientar.
Essa atualização, portanto, visa ajustar os sistemas de navegação para que eles levem em conta as novas características do campo magnético. Áreas mais próximas ao polo magnético, onde as bússolas apresentam imprecisão, são chamadas de “anomalias magnéticas”. Nessas zonas, é comum a utilização de outros métodos para garantir a precisão nas navegações.
A questão que muitos podem se perguntar é: como sabemos como o campo magnético era no passado? A resposta está no campo da paleomagnetismo, que estuda os registros magnéticos deixados nas rochas. Quando rochas contendo minerais ferromagnéticos se formam, elas se alinham com o campo magnético da Terra.
À medida que as rochas esfriam, esse alinhamento é preservado, o que permite aos cientistas reconstruírem a história do campo magnético. Com essa técnica, é possível obter dados sobre o campo magnético de até 160 milhões de anos atrás.
Com essas atualizações, os cientistas não apenas ajustam a precisão dos sistemas de navegação, mas também continuam a expandir nosso entendimento sobre o funcionamento do planeta e seu campo magnético. Isso é vital não só para a navegação global, mas também para estudos sobre o comportamento do núcleo terrestre e os impactos dessas mudanças no nosso dia a dia.
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