Polícia militar prende policial suspeito de matar delator do PCC em aeroporto

16 janeiro 2025 às 11h15

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A Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo realizou nesta quinta-feira, 16, uma operação que resultou na prisão de um policial militar da ativa, acusado de ser o atirador que matou o empresário Antônio Vinícius Gritzbach no ano passado. O crime ocorreu no terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, em 8 de novembro, e foi parte de um esquema relacionado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), do qual Gritzbach era um delator.
A operação da Corregedoria teve como objetivo cumprir 15 mandados de prisão e 7 de busca e apreensão contra policiais militares suspeitos de envolvimento com o PCC. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo, os investigados incluem agentes da ativa, da reserva e até ex-integrantes da corporação. Eles são acusados de vazar informações estratégicas para beneficiar o crime organizado e evitar prisões ou perdas financeiras à facção criminosa.
O assassinato de Vinícius Gritzbach
Gritzbach, empresário conhecido por esquemas de lavagem de dinheiro para o PCC, firmou um acordo de delação premiada com o Ministério Público antes de sua execução. Ele revelou a identidade de vários integrantes da organização criminosa e denunciou policiais por corrupção, expondo a atuação de agentes que forneciam informações privilegiadas à facção.
O assassinato de Gritzbach chamou a atenção para os riscos enfrentados por delatores envolvidos em esquemas de crime organizado. Ele foi executado a tiros enquanto chegava ao aeroporto, acompanhado de sua escolta privada, que incluía policiais militares contratados por ele. Em entrevista à TV Globo, o titular da SSP, Guilherme Derrite, afirmou que o responsável por atirar em Gritzbach já está sob custódia da Corregedoria.
Investigação
A investigação começou em março de 2024, após a Corregedoria receber uma denúncia anônima indicando o vazamento de informações sigilosas por membros da corporação. Com base na denúncia, foi instaurado um inquérito policial militar em outubro do mesmo ano, apenas um mês antes da morte de Gritzbach.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, usou suas redes sociais para reforçar o compromisso da administração estadual com a transparência no combate ao crime. “As polícias de São Paulo têm compromisso inegociável com a ética e a legalidade. Desvios de conduta serão severamente punidos e submetidos ao rigor da lei”, afirmou.
Os mandados de prisão cumpridos nesta quinta-feira levaram à detenção de 14 policiais militares, além de um outro alvo que ainda está foragido. Entre os presos, está Denis Antonio Martins, o policial acusado de ser o responsável pelos disparos que mataram Gritzbach A ação também se concentrou na apreensão de documentos e outros materiais que possam corroborar a ligação entre policiais e a organização criminosa. As investigações continuam para apurar se os policiais envolvidos agiam de forma independente ou sob ordens diretas do PCC.
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