A Polícia Civil investiga políticos próximos ao presidente nacional do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) e articuladores informais do partido de Pablo Marçal, candidato à prefeitura de São Paulo. A suspeita é de que esses políticos trocavam carros de luxo por cocaína para o Primeiro Comando da Capital (PCC), financiando o tráfico de drogas para dividir os lucros. A informação é do Estadão.

De acordo com a investigação, Tarcísio Escobar, ex-presidente estadual do PRTB, e Júlio César Pereira, sócio de Escobar, estariam envolvidos no esquema. Ambos possuem proximidade com o presidente nacional do partido, Leonardo Alves Araújo, o Leonardo Avalanche.

Escobar foi nomeado por Avalanche para a presidência estadual do PRTB em São Paulo, cargo que ocupou por apenas três dias. Ele foi afastado por “não ter título de eleitor”. Escobar, no entanto, continuou se apresentando como presidente estadual em reuniões políticas.

O político chegou a participar de eventos com a presença de Pablo Marçal, que se filiou ao partido em abril. Marçal teve sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo confirmada em maio.

Leonardo Avalanche afirma ter rompido com Escobar após as primeiras reportagens que indicavam práticas criminosas. Marçal, que foi visto em diversas ocasiões com avalanche, afirmou que “não pede certidão negativa de ninguém” e que já tirou “20 mil fotos nessa campanha”. Em entrevista, ele declarou que Avalanche é quem deve explicações.

As investigações começaram em 2020, quando a polícia apreendeu com Francisco Chagas de Sousa, uma arma, drogas, um celular e um pendrive contendo material relacionado ao controle de integrantes do PCC.

Francisco, conhecido como Coringa, é dono de uma adega na zona leste de São Paulo e foi identificado como um operador do tráfico interestadual, utilizando carros como pagamento e transporte de drogas. Escutas apontam que Coringa mantinha ligações com Júlio César, além de negociações envolvendo Escobar.

Segundo a polícia, em 2020, Júlio César pediu que Coringa vendesse uma BMW X5, afirmando que Escobar explicaria o negócio. O lucro do tráfico teria sido dividido entre o trio. Conversas mostram que os veículos eram trocados por drogas.

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