Polícia abre inquérito para investigar se houve incêndio criminoso no Cine Teatro de Niquelândia

25 fevereiro 2025 às 09h21

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Na manhã de domingo, 23, o Cine Teatro Paulo Rocha, um dos principais símbolos culturais de Niquelândia, foi totalmente destruído por um incêndio de grandes proporções. Embora o Corpo de Bombeiros tenha agido rapidamente, utilizando cerca de 8 mil litros de água para controlar as chamas, o fogo consumiu completamente as instalações, incluindo poltronas, camarins, palco e sistemas de iluminação.
Não houve vítimas. O incidente ocorreu pouco após a Prefeitura iniciar discussões sobre a revitalização do teatro, que estava desativado há seis anos. O prédio, cedido à Associação Amigos da Cultura (AAC) em 2018, estava desde então praticamente abandonado. A gestão anterior da cidade preferiu alugar espaços privados para eventos culturais em vez de utilizar o teatro.
Com a nova administração, havia planos para restaurar o Cine Teatro, mas os esforços foram frustrados pela tragédia. O prefeito Eduardo Moreira manifestou sua indignação nas redes sociais, sugerindo que a destruição parecia “coisa do demônio”.
A possibilidade de incêndio criminoso foi levantada, especialmente após a descoberta de que a porta principal do teatro estava arrombada e um vidro quebrado. O prefeito solicitou à Polícia Civil que investigasse se o incêndio foi intencional.
As investigações, lideradas pelo delegado Cássio Arantes, estão em andamento. A equipe está analisando câmeras de segurança nas proximidades e levantando hipóteses sobre a origem do fogo, incluindo a possibilidade de um curto-circuito elétrico ou ação humana deliberada.
Cine Teatro Paulo Rocha
Inaugurado em 2009, o Cine Teatro Paulo Rocha era um espaço projetado para abrigar até 314 pessoas, incluindo acessibilidade para pessoas com deficiência. O espaço contava com palco de 13,3 metros de comprimento por 7,4 metros de largura (com 1,13 metro de altura em relação à platéia) e 5,5 metros de altura (profundidade), do chão até o teto.
O local, que deveria ser um centro cultural vibrante, nunca atingiu todo seu potencial devido à falta de manutenção e investimentos adequados. Márcia Alves Vila Nova, ex-presidente da AAC, lamentou a perda, lembrando da importância do teatro para a cidade, mas reconhecendo que o abandono foi um fator constante ao longo dos anos.
O Corpo de Bombeiros de Niquelândia teve um papel essencial no controle das chamas, com a mobilização de 10 bombeiros e o apoio de profissionais de folga.
A comandante da 6ª Companhia Independente Bombeiro Militar, Major Ana Lúcia Cardoso, relatou que a intensidade do incêndio exigiu cuidados especiais durante o combate, com a realização de uma operação de rescaldo após o controle das chamas para evitar novos focos e o risco de desabamento da estrutura.
Com as investigações em andamento, a Polícia Civil buscará determinar se o incêndio foi criminoso ou se teve causas acidentais. Caso se confirme que o fogo foi provocado de forma intencional, os responsáveis poderão ser acusados de crimes como dano ao patrimônio público ou incêndio criminoso.
Enquanto isso, a comunidade de Niquelândia lida com a perda de um patrimônio cultural que, apesar de seu abandono, sempre foi um símbolo de identidade para a cidade.
Suspeitas do prefeito
O prefeito Eduardo Moreira, nas redes sociais, em vídeo publicado em colaboração com o perfil da prefeitura, afirma que acredita ter sido um incêndio criminoso. Ele afirma que não seria possível de outra forma, porque ar condicionados e fios elétricos já haviam sido roubados antes de sua posse.
Confira a seguir:
Nota da prefeitura de Niquelândia

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