Membros do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, estão fazendo uma mobilização nas redes sociais para pedir que apoiadores não votem em candidatos do PSD, como Vanderlan Cardoso aqui em Goiânia, por exemplo. A mobilização acontece por conta do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não pautar o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Em vídeos publicados nas redes sociais, o deputado federal por Goiás, Gustavo Gayer (PL), afirmou que o PSD se tornou um partido “de sustentação da ditadura”. “Não podemos perder o foco do impeachment de Alexandre de Moraes. Estamos em uma guerra contra a ditadura, para termos a liberdade de nossos filhos e eu gostaria que pessoas do PSD entendessem isso. O Brasil está virando uma ditadura por causa do PSD”, afirmou.

“A mobilização que vamos fazer no Brasil inteiro em relação a esse número 55 [número de urna do PSD] que é hoje o partido mais perigoso do Brasil. Eu peço sua ajuda para não eleger vereadores e prefeitos do PSD. Se o número começar com 55 não vote no principal partido que hoje apoia a ditadura”, continuou.

Gayer também comentou os supostos resultados da mobilização do PL. “Há três dias começamos a mobilização nacional contra o PSD e hoje observamos várias dissidências dentro do partido. Muitos candidatos já estão se posicionando abertamente contra Alexandre de Moraes e pedindo para que a cúpula do partido se posicione também”.

O PL tem um conflito histórico com Moraes desde as eleições de 2022, quando o ministro presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). À época, o ministro supervisionou o processo eleitoral e tomou medidas duras contra disseminação de fake news, das instituições democráticas e das próprias eleições. Tanto o PL, quanto Bolsonaro, questionaram duramente o resultado das eleições, a acusando de fraude. Moraes, por sua vez, se manteve firme na defesa do processo eleitoral.

Outro ponto que intensificou os atritos foram as investigações em torno aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, quando bolsonaristas invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes em Brasília. Moraes foi incisivo ao pedir investigações, prisões e condenar participantes e financiadores, chegando a atingir parlamentares e líderes ligado ao partido.

Atualmente, o PL entra com pedidos frequentes de impeachment de Moraes, que deve ser aprovado no Senado Federal. Para que ocorra um processo de impeachment, é necessário que o presidente da Casa Alta, hoje Rodrigo Pacheco do PSD, paute o pedido, o que não aconteceu até o momento.

Outro político popular do PL que entrou na mobilização contra o PSD foi Nikolas Ferreira (PL-MG). O deputado classificou o partido como “a sigla que mais perseguiu a direita no Brasil”.

“O PSD é a maioria no Senado, ou seja, a maioria dos senadores indecisos sobre o impeachment de Moraes e sobre defender a democracia está no PSD, que coincidentemente é o partido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco”, disse em entrevista ao Jornal da Oeste.

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