Para pesquisador Fernando Rosado Spilki, resposta imune é menos protetora e duradoura em casos brandos

Teste de Covid-19 | Foto: Reprodução.

Pessoas que tiveram a primeira infecção por Covid-19 branda, caso sejam reinfectados, a tendência é que a segunda contaminação seja mais severa. Quem afirma é o professor do mestrado em virologia da Feevale, Fernando Rosado Spilki. A explicação para isso seria que “pessoas com uma primeira infecção muito branda, tendem a não ter uma resposta imune muito duradoura e protetora”, explica à Folha de S. Paulo.

Apesar de não ter viajado, um paciente de Porto Alegre, de 39 anos, se contaminou com a variante de Manaus, a P1, em novembro do ano passado. “Você vê como o Brasil está interconectado que acabou que essa pessoa, logo no final de novembro já tinha a variante P1”, observou o pesquisador. Em março deste ano, o mesmo paciente teve contato com o pai, acometido pela doença, e novamente apresentou sintomas, desta vez, mais graves.

Havia fadiga, falta de ar e saturação acima de 95%. Logo o paciente teve o quadro agravado e foi levado para UTI e intubado. Houve um intervalo de três meses entre as infecções. O paciente se tornou o primeiro óbito por reinfecção confirmado no Brasil. De acordo com Spilki, o caso acende alerta sobre a necessidade de que cuidados com distanciamento e uso de máscaras devem continuar mesmo após imunização por vacina.