Pesquisadores descobrem 7 novas espécies de fungos; nomes homenageiam UFG e Cora Coralina
15 dezembro 2024 às 17h08
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Pesquisadores do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (UFG), sob a liderança do professor Jadson Bezerra, anunciaram a descrição de sete novas espécies de fungos do gênero Diaporthe. A publicação, que ocorreu na revista Fungal Systematics and Evolution, revela a diversidade desses microrganismos encontrados em biomas brasileiros como a Mata Atlântica, o Cerrado e a Caatinga.
Entre as novas espécies, duas receberam nomes com forte simbologia. O fungo Diaporthe samambaiaensis foi batizado em homenagem ao Câmpus Samambaia da UFG, celebrando os 64 anos da Universidade, enquanto Diaporthe coracoralinae presta tributo à poetisa Cora Coralina. “Essa nomeação reflete nossa intenção de unir ciência e cultura, dando visibilidade a personalidades e instituições que influenciam nossa história”, comentou Bezerra sobre as escolhas ao Jornal UFG.
Além das duas homenagens, outras cinco espécies foram identificadas: Diaporthe azevedoi, D. catimbauensis, D. luizorum, D. pedratalhadensis e D. vargemgrandensis. Essas descobertas foram possíveis após a análise de 180 amostras de fungos coletadas de várias plantas hospedeiras, como o cajueiro e a planta medicinal Brosimum gaudichaudii, conhecida como mama-cadela. Interessantemente, o fungo Diaporthe samambaiaensis foi isolado pela primeira vez dessa planta, situada nas proximidades da Escola de Agronomia da UFG.
O estudo vai além da simples catalogação de novas espécies; ele oferece uma visão mais profunda sobre os fungos endofíticos, que vivem dentro das plantas sem causar danos. “Esses fungos são cruciais para o entendimento dos nossos biomas, e sua diversidade reforça a importância de protegermos as áreas naturais que ainda temos”, explicou o professor Jadson Bezerra.
A primeira autora do artigo, professora Layanne Ferro, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), também destacou a importância dessa pesquisa para a ampliação do conhecimento científico no Brasil. “A diversidade de fungos endofíticos no Brasil ainda é pouco explorada. As novas espécies que identificamos trazem uma nova perspectiva para a biologia fúngica no país”, afirmou.
A pesquisa foi realizada em colaboração com instituições de diferentes países, como a Beijing Forestry University, na China, e o Westerdijk Fungal Biodiversity Institute, na Holanda. O trabalho contou com o apoio financeiro do CNPq, Capes e Fapeg, o que permitiu a realização de um estudo aprofundado sobre a biodiversidade fúngica brasileira.
O impacto desse estudo vai além da catalogação científica, pois também destaca a importância de preservar os biomas nacionais. “Nossos ecossistemas são fontes de riqueza e de grande valor científico. É essencial que continuemos investigando e protegendo a biodiversidade que ainda existe no Brasil”, concluiu Jadson Bezerra.
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