Pazuello recusa cargo, sinaliza afastamento do governo e avalia ir ao STF para evitar depoimento

08 maio 2021 às 10h30

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Ex-ministro deve, ainda, decidir se quer ser representado por AGU ou pelo advogado Zoser Hardman

O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, recusou convite para atuar em cargo na Secretaria-Geral da Presidência. A nomeação chegou a ser assinada pelo ministro Luiz Eduardo Ramos, da Casa Civil, mas não foi publicada. Pazuello ainda avalia se deseja ser representado pela Advocacia-Geral da União (AGU) na CPI da Covid, no Senado. Ao que indica, o general sinaliza um afastamento do governo. O depoimento do ex-ministro está agendado para 19 de maio e o general pensa em entregar sua defesa ao advogado criminalista Zoser Hardman, que foi consultor jurídico da Saúde.
Pazuello avalia ingressar com habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para não precisar depor na CPI ou ter o direito de não responder algumas questões. O argumento é de que Pazuello participa de oitiva como investigado, e não como testemunha. O depoimento teve de ser remarcado, após ele informar que teve contato com pessoas infectadas com a Covid-19.
No momento, Pazuello é representado por Diogo Palau e Jailor Capelossi, advogados da União. Ele também é defendido pela AGU no inquérito que apura omissão na crise de saúde pública em Manaus, aberto pelo STF e remetido à primeira instância, após demissão de Pazuello e perda de foro privilegiado.
Preparação
O ex-ministro ensaiou sua participação na CPI nas últimas semanas. No sábado e na segunda-feira, o general se reuniu com assessores da Casa Civil para rever pontos em que poderia ser alvo de questionamentos. Depois pediu o adiametno de sua participação na CPI pelo contato com pessoas infectadas. Um deles, seria o assessor especial da Casa Civil, o coronel Élcio Franco.
Mesmo após alegar a necessidade do isolamento, Pazuello recebeu a vista de Onyx Lorenzoni no Hospital de Trânsito de Oficiais. Interlocutores afirmam que é ele o integrante do governo mais próximo de Pazuello no momento e que tem ajudado o ex-ministro a se preparar para a CPI.