Nesta segunda-feira, 11, Paul Alexander faleceu aos 78 anos. Ele vivia com auxílio do “pulmão de ferro” para respirar desde os 6 anos de idade. A medida foi necessária após uma paralisia no pulmão causada por poliomielite. Vivendo com o auxílio do aparelho desde 1952, Paul entrou para o Guiness Book em 2022, como a pessoa que fez uso do aparelho por mais tempo. A causa da sua morte não foi divulgada.

Devido ao tempo no maquinário, os músculos do peito de Paul atrofiaram. Os músculos permanentemente paralisados, entretanto, não o impediram de viver. Paul Alexander estudou direito e além de advogar era escritor, compartilhando sua história com pessoas ao redor do mundo.

O norte-americano chegou a aprender uma técnica conhecida como “respiração de sapo”, que o permitiu sair da máquina por breves intervalos. Para isso, ele precisava controlar os músculos da garganta de forma que force o ar até o pulmão.

Mais tarde, surgiram outros modelos de ventilação mais modernos. Entretanto, em entrevista para o The Guardian, Paul afirmou que ele já estava acostumado com aquele aparelho e não queria ser submetido aos procedimentos médicos mais invasivos que são necessários nos novos equipamentos.

Paul Alexander ainda criança no pulmão de ferro | Foto: Reprodução/Redes Sociais

Como funciona o pulmão de ferro

Uma inovação tecnológica na medicina de sua era, o pulmão de ferro foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, após uma grande epidemia de pólio. As informações são do Museu da Ciência, no Reino Unido.

Se trata de uma câmara de 272 quilos, que tem as passagens de ar seladas, permitindo apenas que a cabeça do paciente fique para fora. A maioria dos pacientes só usou esse aparelho durante algumas semanas ou meses, dependendo do caso específico.

A máquina funciona ao bombear ar para dentro e para fora da câmara. Para que o paciente consiga inspirar o ar, o ar é expelido da máquina, fazendo com que a pressão interna da caixa caia e os pulmões do paciente se expandam automaticamente.

Quando o aparelho permite que o ar entre na câmara novamente, a mudança na pressão comprime o pulmão, fazendo com que o paciente expire o ar.

Paul Alexander aos 78 anos de idade | Foto: Reprodução/Redes Sociais

Mais informações sobre a poliomielite

A poliomielite, popularmente conhecida como pólio, é uma doença incapacitante causada pelo poliovírus que pode ser fatal. O vírus se espalha de pessoa para pessoa e pode infectar a medula espinhal, causando paralisia e dificuldade para respirar. Hoje temos vacina para essa doença.

Em 1952, mesmo ano em que Paul teve contato com o maquinário pela primeira vez, foi quando uma grande epidemia da doença atingiu a cidade de Dallas, no Texas. Milhares de casos foram registrados e dezenas de pessoas vieram a óbito. Foram 57,6 mil casos registrados apenas naquele ano.

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