O pastor e fundador da igreja goiana A Casa, Davi Passamani, de 44 anos, foi denunciado pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) por importunação sexual por exercer um papel de liderança sobre a vítima, de 23 anos, que era uma fiel da igreja onde o pastor atuava. O órgão ainda pediu o agravamento da pena, caso ele seja condenado. Está é a terceira ação contra o líder religioso por crimes sexuais.

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Davi está preso desde o dia 4 de abril, data em que a Polícia Civil (PC) cumpriu um mandado de prisão contra o líder religioso. Na ocasião, a corporação alegou que a volta dele ao exercício de pastor em uma outra igreja representava riscos às fiéis, que poderiam se tornar vítimas de crimes sexuais. 

A promotora Cristiane Vieira de Araújo, da 33ª Promotoria de Justiça de Goiânia, autora da denúncia, afirmou no documento que o pastor é “contumaz na prática de delitos contra a dignidade sexual” e, para isso, ele se vale da imagem de autoridade e líder espiritual, “visto que, conforme informado por ele em seu termo de qualificação e interrogatório, já respondeu por processo judicial referente à importunação sexual”.

Essa é a terceira vez que o pastor é acusado de crimes envolvendo violência sexual. O último caso ocorreu em dezembro, quando uma jovem que frequentava por dois anos a antiga igreja de Davi afirmou ter recebido uma ligação do pastor de madrugada onde ele teria forçado uma conversa de cunho sexual, simulando cenas de sexo seja verbalmente ou por vídeo. Ciente das acusações anteriores contra ele, e acompanhada do namorado, ela gravou todo o diálogo, que foi usado na investigação policial.

Outros dois ex-membros do templo religioso já o denunciaram pelo mesmo crime desde de 2020. Entretanto, ele foi absolvido pela Justiça em um dos casos e fez um acordo em outro, tendo que pagar R$ 50 mil à vítima por danos morais.

Em nota, o advogado Leandro Silva, que representa a defesa de Davi, informou que o pastor é inocente e que as redes sociais do acusado, onde ocorreu o crime, eram controladas por terceiros da “confiança dele”.

Veja nota na íntegra:

DAVI PASSAMANI foi denunciado e apresentará sua defesa nos autos do processo. A acusação narra que uma mulher dialogou por meio de aplicativo de mensagens com um interlocutor, que afirma ser PASSAMANI, e o conteúdo do diálogo é de importunação sexual. De 1hs40min que a suposta VÍTIMA alegou ter conversado, constam nos autos apenas 3min17seg de documento. Das milhares de mulheres que frequentaram a igreja “A CASA” e o viram presencialmente, nenhuma reclamou de desconforto, constrangimento ou mesmo importunação causado por ele. Os 3 casos citados na mídia ao longo dos anos, são supostos diálogos travados exclusivamente por meio de aplicativo de mensagens.

Porém, PASSAMANI não tinha o controle de suas redes sociais, essas eram controladas por terceiros que se diziam de confiança e as quais ele acreditava, inclusive cuidavam das finanças de suas duas empresas e da igreja. Essas mesmas pessoas exigiram que a sua assinatura fosse feita por meio eletrônico (token), dias depois, a primeira assinatura eletrônica foi de sua renúncia da Presidência da Igreja “A CASA”.

O motivo de sua prisão é unicamente o fato de frequentar reuniões de louvor ou cultos religiosos, pois isso poderia representar perigo de novas vítimas. Em verdade, o seu talento incomodava a “NOVA DIREÇÃO DA IGREJA A CASA, que temia que fiéis pudessem acompanhá-lo para outro local.

PASSAMANI era um obstáculo, pois enquanto estava na direção da IGREJA “A CASA”, aplicava a ideologia de que a igreja é para fazer a obra de Deus, ele se opunha a ideologias mercantilistas da fé, por isso foi chamado de atrasado e retrógrado. Como não cedeu, buscaram eliminá-lo.

Nega-se todas as acusações. Agora, ele lutará para salvar seus filhos, seu patrimônio, sua vida e pelo seu direito constitucional de exercício de crença”.