Para frente ampla de oposição, PCdoB em Goiás utiliza mesma tática de Lula: diálogo com o centro
24 maio 2022 às 18h56

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A nível nacional, PT escolheu Geraldo Alckmin (PSB) como vice de Lula e em Goiás, PCdoB quer caminhar da mesma forma
O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) presidido em Goiás por Honório Ângelo, ex-servidor da Universidade Federal de Goiás (UFG) quer apoiar o ex-tucano José Eliton (PSB) ao Governo de Goiás. Até o último sábado, 21, a legenda estava sob o comando da ex-deputada estadual Isaura Lemos, que deixou a presidência do partido para se dedicar à sua pré-candidatura para o pleito de 2022 em uma tentativa de retorno à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). O PCdoB, federado com o PT e o PV, busca fechar a aliança com o PSB e, segundo Honório, a tentativa é de ampliar o alcance da esquerda em Goiás.
Ao Jornal Opção, o novo presidente do partido comunista afirma que tudo está sendo construído com bastante diálogo. “A nossa tarefa nacional é derrotar a política desenvolvida por Bolsonaro e eleger Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma perspectiva de reconstrução do Brasil, retomando as políticas públicas, o fortalecimento da democracia e da soberania do nosso país, bem como os direitos dos trabalhadores. A campanha em Goiás terá que ser esse desaguador do movimento nacional. Teremos uma luta política local, mas internalizada com as necessidades do país”, disse.
Em relação ao Wolmir Amado, pré-candidato ao Governo pelo PT, Honório diz que a expectativa é de que o processo de diálogo seja conduzido de uma forma madura e que amplie o palanque para Lula em Goiás, dessa forma, o melhor nome para isso seria o do ex-tucano e ex-governador do Estado, José Eliton (PSB). Achamos que ao final vamos chegar em um denominador comum do que é melhor para a federação e para os aliados, correspondendo às necessidades para sairmos vitoriosos dessa eleição”, pontuou. A preferência por uma chapa que não seja “puro sangue”, ou seja, com candidatos na majoritária apenas dos partidos federados – PCdoB, PT e PV -, é, segundo Honório, “ir além”. “Precisamos alcançar setores sociais que somente esses três partidos não conseguem, reforçando o projeto de construção de uma chapa o mais ampla possível e achamos também que a candidatura de Zé Eliton agrega um universo social que nós [sozinhos] não teríamos se ficássemos com uma candidatura específica”, afirma.
Ao ser questionado sobre como ficaria a relação com o PT, visto que o partido tem o seu candidato próprio, Honório disse que tiveram uma reunião na segunda-feira, 23, e que na quarta-feira, 25, terá outra com as executivas nacionais das siglas em Brasília para discussão sobre essa conjectura. Uma reunião própria do PT será realizada no dia 28 de maio. “Na conversa ficou evidente que o desejo do professor Wolmir é de encontrar esse caminho com os demais partidos. Ele está disposto a oferecer da parte dele o que for necessário para encontrar uma solução. Reconhecemos a legitimidade do PT em apresentar um pré-candidato ao debate. É direito deles. Nossa perspectiva é da convergência de forças políticas para o que é melhor no fortalecimento da esquerda em Goiás e conseguir eleger deputados tanto para a Alego, quanto para a Câmara dos Deputados, além de termos uma boa performance na chapa majoritária”, disse.
Na visão do presidente do PcdoB, o passado tucano de José Eliton não é algo negativo neste cenário, sendo uma possibilidade para ampliar o olhar de outros eleitores. “Há todo um processo de construção do projeto que mais corresponda às nossas necessidades em Goiás e também no Brasil. A eleição não está ganha, terá muita luta e vamos agregar nesse palanque do Lula forças novas que outrora não apoiaram e que agora serão incorporadas e, por esta razão, nós temos apresentado como sendo um caminho adequado acolher essa pré-candidatura do Zé Eliton”, destaca.
A ex-presidente da sigla, Isaura Lemos, concorda com o nome. “A frente tem que ser mais ampla que a esquerda. O PT está amadurecendo essa ideia. A reunião com a direção nacional da federação será para avançarmos rumo a decisão que une a todos, já que temos como prioridade a eleição de Lula”, disse ao Jornal Opção. “O PCdoB mantem a tática definida no campo nacional de priorizar a ampliação do palanque do Lula nos estados”.