Papa Francisco diz que teorias da Evolução e do Big Bang não contrariam o cristianismo

Ele criticou aqueles que fazem uma interpretação literal do livro do Gênesis, da Bíblia, acreditando que “Deus tenha agido como um mago” na criação de “todas as coisas”

Em mais uma declaração surpreendente, visto o histórico e as ideias defendidas pela Igreja Católica, o papa Francisco disse nesta segunda-feira (27/10), durante discurso na Pontifícia Academia de Ciências, que as Teorias do Big Bang e da Evolução são reais. Ele criticou aqueles que fazem uma interpretação literal do livro do Gênesis, da Bíblia, acreditando que “Deus tenha agido como um mago” na criação de “todas as coisas”.

O papa afirmou que a criação do mundo não seria obra do caos, e sim o resultado de um princípio supremo que “cria por amor”. “O Big Bang não contradiz a intervenção criadora, mas a exige”, disse.

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“Ao cientista, sobretudo ao cientista cristão, corresponde a atitude de interrogar-se sobre o futuro da humanidade e da Terra; de construir um mundo humano para todas as pessoas e não para um grupo ou uma classe de privilegiados”, declarou o pontífice.

A teoria do Big Bang é a mais aceita entre a classe científica a respeito da criação do universo. De acordo com ela, tudo que existe deriva de uma explosão ocorrida entre 13,9 e 13,3 bilhões de anos atrás em algum ponto quente e extremamente denso. A teoria foi proposta em 1927 pelo padre e cosmólogo belga Georges Lemaître.

A teoria da evolução, por sua vez, é resultado, principalmente, dos estudos realizados pelo naturalista Charles Darwin (seleção natural) e pelo monge agostiniano Gregos Mendel (herança biológica). Segundo ela, os seres vivos não são imutáveis e passam por processos de adaptação ao ambiente regidos pela recombinação gênica. As duas teorias costumam ser colocadas em oposição à ideia do criacionismo, pregada pelo cristianismo.

Essa, porém, não é a primeira declaração polêmica do papa Francisco. Conhecida por sua postura humilde e de renegação ao luxo, ele já defendeu publicamente que gays “não devem ser discriminados e devem ser integrados na sociedade”. “Se uma pessoa é gay, procura Deus e tem boa vontade, quem sou eu, por caridade, para julgá-la?”, questionou.

Em outra ocasião, ele chegou a dizer que ateus, se tiverem boas atitudes, não serão condenados ao inferno simplesmente por sua descrença.