O turbulento (e necessário) ano de Daniel Vilela

09 novembro 2021 às 13h24

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Tem sido um ano difícil para o líder do MDB goiano. Mas 2021 também terá sido o mais decisivo para ele, como político

Com certeza, o ano de 2021 vai entrar para a vida de Daniel Vilela como o das maiores reviravoltas em sua vida.
Quando da morte de seu pai, o prefeito eleito Maguito Vilela (MDB), em 13 de janeiro, Daniel era um dos principais timoneiros do “barco” chamado Prefeitura de Goiânia. O veterano emedebista se foi e, com isso, a esperança de vê-lo repetir na capital o mesmo sucesso de gestão que protagonizou na vizinha Aparecida, mudando radicamente (para melhor) a qualidade de vida local, mas também reposicionando a imagem da cidade para Goiás e o Brasil.
O rompimento com Rogério Cruz (Republicanos) foi natural, diante da situação – embora, talvez, Daniel tenha antecipado esse movimento. Como detentor definitivo da cadeira de prefeito, ele obviamente iria moldar sua equipe a seus parceiros mais próximos, que não eram exatamente os de Maguito. De toda forma, foi o segundo choque brusco que o ano trouxe para o jovem emedebista.
Já no segundo semestre, a aproximação com Ronaldo Caiado (DEM) avançou de forma considerável. Ambos estavam, como estão, de olho na corrida para 2022 e avaliaram que ganhariam muito mais juntos do que em campos opostos. O governador lhe oportunizou a cadeira de vice na chapa à reeleição e Daniel colocou o MDB praticamente inteiro na base aliada. Uma grande sacada política para os dois lados.
Quem quis ficar fora do acordo, com plano de voos maiores de poder, foi Gustavo Mendanha. O prefeito de Aparecida resistiu até o último momento à aliança emedebista com o governo e, sem eco nem espaço, se desfiliou do partido. Mendanha é amigo de infância de Daniel e a ruptura, ao que se sabe, foi mais política do que pessoal. Embora algo esperado e anunciado havia meses, mas sua efetivação pode ser colocada como a quarta grande movimentação neste ano agitado para o presidente do MDB em Goiás.
Por fim, o quinto baque, a morte de Iris Rezende, depois de três meses internado. Como o próprio Daniel Vilela ressaltou em entrevista, quando aguardava no aeroporto a chegada do corpo do líder-mor, ele cresceu e moldou seu caráter tendo Maguito em casa e convivendo sempre com Iris, desde a primeira infância. Foram dez meses. Um “privilégio”, como admitiu à reportagem. O impacto que a morte de Iris traz ao ambiente político repercutirá nas próximas semanas e nos próximos meses e terá o filho de Maguito em um dos principais foco.
Tem sido um ano certamente difícil para Daniel Vilela. Mas, por mais contraditório que tudo possa parecer – e por mais que sua trajetória anterior já o colocasse como um nome de ponta na política goiana, apesar de jovem –, 2021 também tem tudo para ser o ano de que ele, ao contar suas memórias aos netos, irá se lembrar como o mais decisivo de sua vida pública.