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Deputado federal endossou insatisfação da base com os tucanos, que tiveram 21 votos contrários ao presidente na votação da denúncia contra ele

Para o petebista, presidente precisa punir PSDB para não sei “traído” de novo | Foto: Fernando Leite/ Jornal Opção

O deputado Jovair Arantes (PTB) endossou, em entrevista ao Jornal Opção, a insatisfação de seu partido com a postura do PSDB na votação da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB). Segundo ele, os tucanos traíram o peemedebista e, se não forem punidos, podem fazer de novo.

“Você tem que usar a moeda do bem para pagar o bem, é uma teoria da vida real. O que o PSDB fez com o Temer agora não se faz com ninguém”, criticou ele. “Se você não punir, está esperando pra ser traído de novo.”

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Para Jovair, é normal que haja divergência de posicionamentos em uma votação tão polêmica, mas isso não justifica a postura da liderança do PSDB, que, apesar de liberar o voto, pediu que os deputados da legenda optassem pelo prosseguimento da denúncia. “Essa diversidade de votos existe, o que não existe é o líder do partido orientar votação contrária estando na base e tendo quatro ministérios. Isso é uma indecência.”

Sobre a reivindicação de outros partidos da base de que Temer tire os ministérios do PSDB, Jovair disse que “gosta de deixar o presidente à vontade”, apesar de o presidente nacional do PTB, ex-deputado federal Roberto Jefferson, já ter pedido publicamente medidas duras contra os partidos que não apoiaram Temer.

Na base, algumas legendas avaliam que, se Temer não punir o PSDB, manda a mensagem de que não vale a pena ser leal. Mesmo sem falar dos ministérios, Jovair reforçou as críticas. “O PSDB tem uma grande virtude, que é não ter lado. O grande fechamento de questão que eles fizeram foi para ficar em cima do muro”, alfinetou ele.

Questionado sobre se o presidente já havia se manifestado quanto ao pedido, Jovair disse que não, mas adiantou que tem uma reunião com Temer ainda nesta semana.

No total, 26 dos 47 parlamentares do PSDB votaram a favor de Temer, mesmo que o partido ocupe a Secretaria de Governo (Antonio Imbassahy) e os ministérios de Cidades (Bruno Araújo), Relações Exteriores (Aloysio Nunes) e Direitos Humanos (Luislinda Valois).

Futuras votações

Apesar de ter conseguido votação favorável no caso da denúncia, Jovair acredita que ainda não é hora das próximas batalhas de Temer no Congresso. Para ele, a Reforma da Previdência, uma das votações mais polêmicas do peemedebista, pode esperar até 2018 para entrar em discussão: “Eu temo por essa votação ainda esse ano”.