O erro de ignorar a imprensa durante a campanha eleitoral mostra medo e despreparo
09 outubro 2024 às 18h51
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Ignorar a imprensa e debates durante uma campanha eleitoral é um erro que pode custar caro a qualquer candidato, especialmente em um ambiente político tão competitivo. A imprensa e os debates oferecem uma plataforma valiosa para que o candidato apresente suas propostas, defenda seu histórico e confronte diretamente os adversários, além de permitir que os eleitores vejam como ele se comporta sob pressão.
Fugir dessas oportunidades passa a impressão de insegurança, despreparo e desrespeito ao processo democrático. O candidato à Prefeitura de Aparecida de Goiânia, Professor Alcides (PL), sentiu isso na pele.
Em primeiro lugar, ao evitar a imprensa, o candidato perde uma das principais vias de comunicação direta com o eleitorado. Mesmo que as redes sociais ofereçam uma alternativa mais controlada para transmitir mensagens, elas não possuem o mesmo impacto da imprensa tradicional na formação de opinião pública.
Jornalistas têm o papel de questionar e investigar, dando ao público uma visão mais crítica dos candidatos. Quando um político recusa interações com a mídia, ele renuncia à chance de esclarecer mal-entendidos e moldar a narrativa de sua campanha. O silêncio midiático pode ser interpretado como falta de transparência ou até como medo de críticas.
A estratégia de Alcides durante o primeiro turno parece ter sido essa, o que acabou sendo um tiro no pé para o prefeitável. Após os resultados do primeiro turno no último domingo, 6, o candidato e sua equipe perceberam o erro, mas pode ser tarde demais.
Além disso, a ausência em debates é ainda mais prejudicial. Em um debate, o candidato tem a oportunidade de demonstrar conhecimento sobre temas importantes e de contrastar diretamente suas ideias com as dos adversários.
Essa troca de argumentos é crucial para conquistar eleitores indecisos. Candidatos que se esquivam dessa arena podem ser vistos como covardes ou incapazes de sustentar suas propostas frente a adversários mais articulados. Historicamente, debates têm sido momentos decisivos em campanhas eleitorais, podendo reverter cenários desfavoráveis ou consolidar favoritismos.
Há também o risco de que a estratégia de evitar a imprensa e debates gere uma percepção negativa de arrogância. Um candidato que se esconde pode ser percebido como distante dos problemas reais da população, alheio à necessidade de prestar contas e de se submeter ao escrutínio público.
Essa postura pode alienar eleitores que buscam autenticidade e proximidade em seus líderes. Em uma era de hiperconectividade, onde a transparência e a comunicação direta são cada vez mais valorizadas, ignorar esses canais pode ser um tiro no pé.
Finalmente, a recusa em participar de debates ou conceder entrevistas permite que os oponentes dominem o discurso e preencham o vácuo deixado. Adversários podem capitalizar a ausência do candidato, usando-a como prova de sua fraqueza ou falta de compromisso com o eleitorado.
Nesses momentos, a falta de uma presença ativa no debate público deixa o candidato vulnerável a ataques e especulações que, sem resposta imediata, podem corroer sua credibilidade.
Portanto, ignorar a imprensa e os debates é um erro grave em uma campanha eleitoral. Mais do que uma estratégia arriscada, essa postura pode custar votos preciosos e comprometer a imagem do candidato, reduzindo suas chances de vitória. No jogo político, é fundamental estar presente e disposto a se comunicar, a fim de conquistar a confiança do eleitorado.
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