Níveis de reservatórios no Centro-Oeste e Sudeste chegam 29,8% em maio. O mais baixo desde 2001, ano de racionamento
02 junho 2021 às 17h15
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De acordo com especialistas, a crise hídrica atual pode ser mais grave que a registrada em 2015, quando também houve temores de um racionamento
Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico reforçam para uma possível crise hídrica e elétrica nos próximos meses. Segunda o ONS, os reservatórios de hidrelétricas do Centro-Oeste e Sudeste chegaram ao final de maio com o armazenamento médio mais baixo para o mês desde 2001, ano em que o país enfrentou um racionamento de energia.
Nas duas regiões, ao final de maio deste ano, o armazenamento médio era de 32,10%. Em 2001, na mesma época, era de 29,87%. A queda no nível dos reservatórios já provoca o encarecimento das tarifas de energia no país. E, no governo, há preocupação de que a crise no setor elétrico possa prejudicar a recuperação da economia brasileira e pressionar a inflação.
De acordo com especialistas, a crise atual pode ser mais grave que a registrada em 2015, quando também houve temores de um racionamento. Em entrevista ao Jornal Opção, no final de semana, o gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), André Amorim, alertou para falta de chuvas no estado nos últimos seis anos e para a possibilidade de um novo apagão.
“De 2015 para cá as chuvas foram mais escassas, irregulares ou abaixo da média. Geralmente temos 1.600 mm de chuva por ano e nesse período perdemos 1.300 mm, seria como se ficássemos um ano todo sem chuva alguma”, explica André Amorim.
Diante do alerta de emergência hídrico, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM) apresentou uma série de medidas que serão adotadas no período para evitar que a população do Estado enfrente escassez de água nas torneiras e uma possível crise energética. A principal preocupação do Governo é preservar as bacias hidrográficas do Rio Meia Ponte, em Goiânia, e do Ribeirão Piancó, em Anápolis. Entre as medidas anunciadas por decreto estão a restrição da captação de água nessas bacias para as atividades agropecuária, industrial, comercial e de lazer, além de outras finalidades. O objetivo é priorizar o consumo humano.