Nasa deve criar padronização de fuso horário na Lua em meio a alta de voos privados para o satélite

06 abril 2024 às 09h30

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A Casa Branca pediu nesta terça-feira, 9, que a Agência Espacial Ameriana (Nasa) padronizasse o fuso horário da Lua e outros corpos celestes. O comunicado reforça que os Estados Unidos pretendem estabelecer normas internacionais no espaço em meio a uma crescente corrida lunar entre empresas privadas no País, além da chegada de novas nações no satélite da Terra.
O plano é que tudo fique pronto até 2026. A diferente força gravitacional, e possíveis outros fatores, na Lua e em outros corpos celestes afetam a passagem do tempo de maneira distinta em comparação com a Terra. O LTC, entre outras funções, serviria como uma referência de tempo para espaçonaves lunares e satélites, os quais necessitam de extrema precisão para suas missões.
“O mesmo relógio que temos na Terra se moveria a uma taxa diferente na Lua”, explicou Kevin Coggins, chefe de comunicações espaciais e navegação da NASA, em uma entrevista.
O memorando emitido pelo chefe da Secretaria de Política Científica e Tecnológica (OSTP), Arati Prabhakar, mencionou que, para um observador na Lua, um relógio baseado na Terra aparentaria perder em média 58,7 microssegundos por dia terrestre, além de apresentar outras variações periódicas que distorceriam ainda mais a passagem do tempo lunar em relação ao tempo terrestre.
Essa padronização, segundo a Casa Branca, deve facilitar na coordenação de missões espaciais, precisão na navegação espacial e segurança de informações.
Guerra Fria e chegada do homem a Lua
A corrida espacial teve início durante a Guerra Fria, quando Estados Unidos e União Soviética competiam não só pela supremacia política e econômica, mas também pela dominação do espaço sideral. Esse período foi marcado por uma série de marcos importantes, incluindo o lançamento do Sputnik 1 pela União Soviética em 1957, o primeiro satélite artificial a orbitar a Terra. Esse evento desencadeou uma série de esforços por parte dos EUA para alcançar e superar os avanços soviéticos.
Em 1961, a União Soviética alcançou outro marco significativo ao enviar o primeiro humano ao espaço. Yuri Gagarin se tornou o primeiro ser humano a orbitar a Terra, a bordo da nave Vostok 1. Esse feito histórico demonstrou a capacidade da União Soviética de realizar voos tripulados e aumentou ainda mais a pressão sobre os EUA para responderem de maneira adequada.
A resposta dos EUA veio em 1969, quando a NASA, a agência espacial americana, colocou Neil Armstrong e Buzz Aldrin na superfície lunar durante a missão Apollo 11. Esse foi um momento transcendental na história da humanidade, quando pela primeira vez seres humanos caminharam em um corpo celeste além da Terra. O famoso discurso de Armstrong, proclamando “um pequeno passo para o homem, um salto gigantesco para a humanidade”, ecoou em todo o mundo como um símbolo de progresso e realização científica.
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