Amazônia e Cerrado, dois importantes biomas brasileiros, estão enfrentando situações opostas em relação ao desmatamento, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Enquanto os alertas de desmatamento no Cerrado bateram recorde, alcançando um aumento de 21% nos primeiros sete meses do ano, na Amazônia esses alertas atingiram o menor índice em quatro anos, apresentando uma queda de 42,5% durante o mesmo período.

O Cerrado, o segundo maior bioma do país, sofreu com a devastação de mais de 6.300 quilômetros quadrados entre agosto de 2022 e julho deste ano. A região mais afetada pelo desmatamento foi o Matopiba, que abrange os estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

Já na Amazônia, durante o mesmo período, o Deter emitiu alertas para uma área de 7.952 quilômetros quadrados de desmatamento, registrando uma redução significativa nos indícios de destruição florestal em comparação ao semestre anterior, onde a tendência era de aceleração do desmatamento.

Uma explicação importante para as diferenças nos níveis de desmatamento entre os dois biomas é a questão da reserva legal. Na Amazônia, a legislação exige que 80% da propriedade seja mantida como área preservada. Em contraste, no Cerrado, apenas 20% precisam ser preservados, o que acaba autorizando grande parte do desmatamento nessa região e dificulta as autuações por parte do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Visando combater o desmatamento no Cerrado, o governo brasileiro está trabalhando para lançar um plano em outubro, conforme informado pelo secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco.

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