Mulher que levou recém-nascida de hospital é presa em Porto Alegre

25 junho 2014 às 10h54

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O rapto de crianças em maternidades não entra para as estatísticas, mas é costumário. Em contrapartida existem mais de 5 mil adolescentes e crianças no Brasil prontos para adoção
A mulher suspeita de levar uma recém-nascida do Complexo Hospitalar da Santa Casa, em Porto Alegre, foi presa por volta das 2h da madrugada desta quarta-feira (25/6). A bebê e a mulher foram encontradas na Zona Sul da cidade. A criança foi levada pela desconhecida que usava roupas brancas, simulando ser uma profissional de saúde, na tarde dessa terça-feira (24).

Por meio de denúncia, a Polícia Civil (PC) do Rio Grande do Sul conseguiu chegar até Luciana Soares Brito, de 39 anos. Ao ser presa, a mulher disse que tinha a intenção de criar a bebê. “Eu ia cuidar dela junto com a outra criança que eu tinha na barriga”, disse a mulher balançando os braços.
As autoridades policiais não confirmam a declaração da gravidez da mulher. Luciana deu o nome de Gabrieli para a criança que levou da maternidade.
Depois de ser localizada pela polícia, Bárbara – o nome verdadeiro da criança –, foi encaminhada para os braços da mãe e do pai, no hospital. A bebê foi recebido com emoção pela família. A mulher suspeita de levá-la vai ficar presa e esperar as investigações.
Marcou o Brasil
Um dos sequestros que mais marcaram o país aconteceu no centro-oeste. O recém-nascido Pedro Rosalino Braule Pinto, conhecido como Pedrinho, foi levado horas depois do nascimento de uma maternidade de Brasília em 21 de janeiro de 1986, por Vilma Martins da Costa, que vivia em Goiânia. O caso foi desvendado em 2002. Com as investigações, a PC de Goiás descobriu que além de Pedrinho, a outra filha de Vilma, Roberta Jamilly, também havia sido sequestrada de uma maternidade de Goiânia em 1979. No ano de 2003 Vilma Martins foi condenada e presa pelos dois sequestros.
Vilma Martins cumpriu cinco anos em regime fechado. Em agosto de 2008, ganhou liberdade condicional e agora se apresenta a cada dois meses para um juiz até 2019.
Adoção
Adoção é uma das formas previstas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente para colocação de criança e adolescente em família substituta. De acordo com dados do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), em maio do ano passado, havia 5.426 adolescentes e crianças prontos para adoção. Um número relativamente reduzido, levando-se em conta que naquele mês existiam cerca 29 mil interessados em adotar.
Mas a adoção no Brasil costuma ser cautelosa e, entre cadastros, entrevistas e visitas, a ação não dura menos de um ano. A adoção se faz por meio de um processo judicial, no entanto é o caminho legal para quem quer ser pai ou mãe.
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