Organização atuava por meio da prática de crimes de fraude em licitações, falsidade ideológica, superfaturamento de preços, uso de documento falso e lavagem de dinheiro

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Foi deflagrada, na manhã desta quarta-feira, 24, a Operação Número Oito. A ação dos membros do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), da Polícia Militar (PMGO) e da Polícia Civil (PCGO) tem por objetivo desbancar uma organização criminosa com atuação no município de Formosa  — localizado acerca de 280 km da capital.

De acordo com o MPGO, a organização atuava por meio da prática de crimes de fraude em licitações, falsidade ideológica, superfaturamento de preços, uso de documento falso e lavagem de dinheiro.

Ao todo, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão. As decisões foram assinadas pela juíza Placidina Pires. A magistrada atua na recém criada vara única de combate ao crime organizado e lavagem de dinheiro, com sede em Goiânia.

São alvos das buscas os empresários Marcos Alves de Oliveira, Marcus Vinícius de Araújo Pereira, Sanderson Duarte Pereira, Flávio dos Reis Calçado e Diego Fernandes Menezes de Araújo, além da ex-chefe da Comissão de Licitações do município, Aline Aparecida da Silva.

Também foram realizadas buscas nas empresas: Casa do Construtor e Construtora Realiza Eireli, Alpha Construtora e Casa e Tintas Eireli e também na Pilares Indústria Comércio e Prestadora de Serviços. A Operação conta com o auxílio do Centro de Inteligência e do Ministério Público de Contas (CI/MPGO).

Modus Operandi

As investigações revelaram que os empresários agiam sob a chefia de Marcos Alves de Oliveira, “com indispensável participação da chefe da Comissão de Licitações, Aline Aparecida”, apresentavam à fase de licitações valores bem acima daqueles praticados no comércio para aquisição dos mesmos materiais. Segundo o MPGO, os valores apresentados nas planilhas de custos apresentavam considerável sobrepreço.

“Uma vez estabelecido os valores superfaturados dos materiais de construção a serem licitados e composta a planilha de custos respectiva, a empresa previamente definida pelo denunciado Marcos Alves Oliveira vencia o certame e tinha o objeto adjudicado”, explica o MPGO.

O Ministério Público destacou ainda que os empresários tiveram seus bens bloqueados e sequestrados. O valor corresponde a R$ 2 milhões. Com isso, a intenção é assegurar a reparação dos danos causados aos cofres públicos.

Todos eles já são réus em processo instaurado via recebimento de denúncia ao Poder Judiciário. Caso condenados, o MPGO ressalta que os envolvidos estão sujeitos a penas que podem ultrapassar quinze anos de prisão.

Esta é a primeira operação no Estado de Goiás de combate ao crime organizado e lavagem de dinheiro deflagrada após a criação da Vara de Crime Organizado instituída pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) a partir da recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).