Sindicato realiza atos por regularização salarial de agentes de saúde em Anápolis e Aparecida

02 julho 2025 às 12h06

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O Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (Sindsaúde-GO) mobiliza dois atos para reivindicar a regularização salarial dos funcionários de Saúde de Anápolis e Aparecida de Goiânia. As manifestações ocorrem nesta quarta e quinta-feira, 2 e 3, e devem pleitear que as demandas da associação sejam ouvidas pelos dirigentes municipais.
Segundo contaram fontes ouvidas pelo Jornal Opção, a classe pede que os Agentes Comunitário de Saúde (ACS) e Agentes de Combate às Endemias (ACE) sejam pagos segundo a Emenda Constitucional 120 que estabelece piso salarial de pelo menos dois salários mínimos, ou R$ 3.036.
Anápolis desregularizada
De acordo com o vice-presidente do Sindsaúde-GO, Aliandro Paulo, afirma que desde 2022 o município de Anápolis não faz os pagamentos previsto na emenda constitucional, e por isso, os agentes recebem um montante inferior ao piso.
Em contrapartida, afirma que existiu uma articulação entre a Prefeitura para que seja feita a regularização salarial, contudo, relata que as tratativas teriam sido paralisadas seguindo a reforma administrativa promovida pelo prefeito Marcio Correa (PL). “A gente fez uma primeira reunião com o prefeito [Corrêa], ele nos recebeu e ficou agendado dele nos receber novamente. [Nós] encaminhamos vários ofícios, já fomos lá e conversamos com o chefe de gabinete, tinha ficado agendado uma para sexta-feira da semana passada [27].”
Outra demanda da classe que pedem que seja atendida é o repasse do Fundo Nacional de Saúde (FNS) para o incentivo salarial dos ACE’s. O FNS é um recurso federal destinado para financiar e incentivar ações e serviços de Saúde, bem como investimentos na rede de serviços e na cobertura assistencial e hospitalar, no âmbito do SUS.
Os recursos são repassados de fundo a fundo a nível estadual e municipal mas precisam ser regulamentados seguindo uma lei municipal das Câmaras Municipais. Em Goiânia, por exemplo, o valor corresponde a cerca de R$ 4,2 milhões, enquanto Anápolis recebe em torno de R$ 2 milhões. “A gente precisa que seja reconhecido o nosso trabalho e que pague para a gente aquilo que é justo.”
Aparecida atrasada
Enquanto isso, a diretora do Sindsaúde-GO, Sirley Braga, afirma que a categoria deve promover uma paralisação dos trabalhadores do SUS neste dia 3, ao passo que a classe está há mais de um ano sem a progressão salarial. Segundo a diretora, a progressão do plano de carreira de 2% dos servidores dos SUS — prevista na Lei municipal 085 de 2014 — está atrasada desde janeiro de 2024 e sem uma perspectiva de regularização da pasta.
Em tratativas com o município, Sirley afirma que a prefeitura recusa a correção com base nas dificuldades financeiras — mas rebate em afirmar que os repasses são de ordem federal. “O secretário de Saúde [Alessandro Magalhães] disse que não conseguiria fazer a correção por questão financeira do município, mas os repasses são federais, então isso não é uma justificativa.”
De acordo com a diretora, outra demanda da categoria é o pagamento dos retroativos dos agentes de saúde de janeiro a abril com a regularização salarial dos ACS’s e ACE do município. “O sindicato apenas norteia, participa e organiza as ações, mas quem faz é a categoria, eles que decidem e eles que fazem junto com a gente.”
O Jornal Opção tentou entrar em contato com as duas prefeituras para ouvir o posicionamento das administrações, contudo, não obteve resposta até a divulgação desta matéria.
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