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O magnata da indústria musical Sean “Diddy” Combs, 55 anos, foi considerado culpado em duas acusações de transporte para fins de prostituição — cada uma emitida em favor de Cassie Ventura e outra vítima conhecida como “Jane” — mas foi absolvido das acusações mais graves de tráfico sexual e conspiração para crime organizado (racketeering).

A decisão do júri de 12 moradores de Nova York vem após um julgamento de sete semanas que incluiu 34 testemunhas e milhares de registros, como mensagens telefônicas, e-mails e vídeos. Entre os depoentes, estiveram ex-parceiras de Diddy, como Cassie, que relatou ter participado de festas sexuais com drogas chamadas de “freak-offs”, sob coação emocional e abuso físico. Outra vítima, chamada de “Jane” em razão de sua privacidade, descreveu uma relação baseada em dependência e pressão para participar de encontros sexuais organizados pelo réu.

Em sua defesa, os advogados de Diddy argumentaram que essas práticas faziam parte de um estilo de vida “swinger” consensual, sem crimes federais. A acusação, por sua vez, alegou que ele orquestrou uma “empresa criminosa” com violência, sequestro e suborno. O júri, contudo, concluiu que não havia provas suficientes para condená-lo nessas acusações mais graves, mas entendeu que o transporte interestadual das mulheres para fins de prostituição, sim, ocorreu.

Consequências e próximos passos

Diddy agora aguarda a sentença, que pode atingir até 10 anos de prisão por cada condenação, somando potencialmente 20 anos de detenção. Ele permanece detido no Metropolitan Detention Center, em Brooklyn, desde sua prisão em setembro de 2024, e sua defesa já solicitou que seja libertado sob fiança, argumentando que a absolvição nos delitos mais graves justifica nova avaliação.

O julgamento foi um marco midiático de grande repercussão: além de Cassie Ventura, também depuseram celebridades como Kid Cudi, que relatou incidente envolvendo atentado à sua propriedade, e ex-funcionários que detalharam coerção e prática de festas sexuais financiadas por Diddy. Um vídeo de 2016, mostrando o rapper agredindo Cassie em corredor de hotel, também foi exibido, reforçando a narrativa de abuso. Ainda assim, o julgamento ecolheu punir apenas o transporte para prostituição — por enquanto.

Apesar da absolvição nas acusações de maior gravidade, a reputação de Sean “Diddy” Combs sofreu um golpe significativo: mais de 50 processos civis e investigações relacionadas à sua conduta sexual estão em curso, incluindo novas alegações de abuso contra menores. Ele continua negando todas as acusações.