Desavenças entre sindicatos dificultam acordos. Sindittransporte não irá ao local negociar com os manifestantes e informou que discussão está encerrada

O dia amanheceu agitado para a grande maioria da população da Região Metropolitana de Goiânia que utiliza transporte coletivo. Parte dos motoristas fecharam o Terminal das Bandeiras desde o início da manhã desta sexta-feira (16/5) exigindo uma assembleia com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado de Goiás (Sindittransporte) e o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros (Setransp) para negociarem o aumento salarial da categoria. O Sindittransporte informou que não irá ao local e que a negociação quanto ao reajuste salarial está encerrada.

O acordo foi fechado em 7% , que foi o cálculo tarifário estabelecido pela Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), além do aumento em 16% do Ticket Alimentação.

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A movimentação no Terminal das Bandeiras foi intensa e uma pessoa foi detida. A manifestação se iniciou em decorrência da paralisação dos motoristas. Alguns ônibus foram depredados, como também algumas máquinas e lixeiras do terminal. A Tropa de Choque da Polícia Militar esteve no local para conter o protesto, que contou com a participação de jovens.

O Sindittransporte, que representa a categoria, sustenta que essa movimentação, assim como a que ocorreu na última quinta-feira (15/5), está sendo liderada pelo Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Coletivo de Goiânia e Região Metropolitana (Sindicoletivo). Já este último sindicato afirma que a manifestação é de iniciativa dos motoristas, sem a influência do sindicato. “O Sindicoletivo está onde a categoria precisa de auxílio, mas isso tudo é por conta deles. Ontem disseram que era só uma meia dúzia de manifestantes, né? Hoje é a categoria inteira”, disse Carlos Alberto Luiz, presidente do sindicato.

Carlos Alberto acusou o Sinditrransporte de supostamente trair os motoristas ao concordar com o ajuste de 7%. “O presidente do sindicato [Alberto Magno Borges] disse em fevereiro que ia conseguir um aumento de 15%, e agora concordam com isso?”, questionou. De acordo com ele, a categoria exige uma nova assembleia para discutirem o ajuste. “Se vier alguém aqui [no terminal] agora e marcar uma assembleia, a manifestação para na hora.”

De acordo com o Sindittransporte, essa atitude da categoria é orquestrada pelo Sindicoletivo devido a um interesse político. “O advogado do sindicato, o Nabson Santana, é pré-candidato ao Senado pelo PSOL. Esse grupo aí tem interesse político. É ano eleitoral, né?”, informou a instituição.

O Sindittransporte sustenta ainda que na última assembleia foi autorizado que o sindicato fechasse um acordo com o Setransp com a mediação do Ministério Público do Trabalho (MPT). O sindicato afirma que muitas dessas pessoas que estão em protesto não são representam os motoristas, como as pessoas que estavam na manifestação que terminou no Terminal Padre Pelágio.

Segundo a RMTC, além do Terminal das Bandeiras há problemas em pelo menos mais sete terminais: Praça da Bíblia e Praça A, que têm atendimento parcial das linhas; Terminal Cruzeiro, Garavelo, Veiga Jardim, Vila Brasília e Araguaia.