Morte Eduardo Campos: comoção toma conta de Pernambuco e do resto do Brasil
14 agosto 2014 às 09h54

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País decretou luto oficial de três dias. O corpo será velado no Palácio Campo das Princesas. Na madrugada o Corpo de Bombeiros localizou a cabine do avião e objetos pessoais do pessebista
A confirmação da morte do presidenciável Eduardo Campos (PSB) no início da tarde dessa quarta-feira (13/8) comoveu a capital pernambucana Recife. Na sede do comitê do partido os funcionários choravam em demasia. Os cabos eleitorais que tomavam conta das principais avenidas da cidade recolheram-se.
No Palácio Campo das Princesas, sede do governo, de onde Eduardo Campos governou Pernambuco de janeiro de 2007 até abril deste ano, quando se descompatibilizou para disputar as eleições presidenciais, a comoção e o luto também eram evidentes.
O governador do Estado João Lyra Neto (PSB) decretou luto oficial de sete dias. A expectativa é de que milhares de pessoas compareçam ao velório – que será na sede do governo, mesmo local onde o escritor Ariano Suassuna foi velado há 22 dias.
Trabalhos de buscas
Na madrugada desta quinta-feira (14) o Corpo de Bombeiros localizou a cabine do avião do candidato pessebista. No interior, partes dos corpos dos cinco passageiros e dos dois tripulantes foram visualizadas pelas equipes de resgate. A carteira de Eduardo Campos, com documentos, e outros objetos pessoais foram encontrados por volta das 5h.
O avião, um Cessna 560XL, caiu em Santos, litoral paulista. A bordo da aeronave estavam Eduardo Campos, o fotógrafo Alexandre Severo Silva, o assessor Carlos Augusto Leal Filho, Pedro Valadares, o cinegrafista Marcelo de Oliveira Lyra e os tripulantes Geraldo Magela Barbosa da Cunha e Marcos Martins.
De acordo com informações dos bombeiros, nesta manhã os trabalhos devem se concentrar na retirada da cabine da aeronave, que ficou enterrada a cerca de 4 metros de profundidade. Ainda não há previsão para a conclusão dos trabalhos dos bombeiros.
Repercussão no país
A presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) decretou ainda nesta quarta-feira luto oficial em homenagem à memoria de Eduardo Campos. “Minhas condolências aos familiares de todas as vítimas desta tragédia. Determinei a suspensão da minha campanha por três dias”, disse a petista durante pronunciamento sobre a queda do avião que vitimou Eduardo Campos e outras seis pessoas.
Por meio de uma rede social, a candidata à vice-presidente da chapa do pessebista Marina Silva (REDE) salientou que nos últimos dez meses de convivência com Eduardo Campos aprendeu a respeitá-lo e a confiar nas suas atitudes. “Começamos a fiar juntos a esperança de um mundo melhor, de um mundo mais justo. Eduardo estava empenhado com esses ideais até os seus últimos segundos de sua vida”, disse.
O presidenciável Aécio Neves (PSDB) afirmou que o Brasil perdeu um político talentoso. “A perda é irreparável e incompreensível. Nesse momento, minha família e eu nos unimos em oração à família de Eduardo, seus amigos e a milhões de brasileiros que, com certeza, partilham a mesma perplexidade e pesar”, disse o tucano.
Em Goiás
No Estado, os principais candidatos ao governo cancelaram todos os compromissos de campanha para esta quinta-feira. Em entrevista coletiva, o governadoriável Vanderlan Cardoso (PSB) disse que ficou em estado de choque ao saber da morte do colega de partido, com quem também matinha relações pessoais e de negócio. “O pessoal dói mais do que a questão política”, afirmou.
Eduardo Campos viria ao Estado nesta sexta-feira (15) para participar de caminhadas na região noroeste da capital e em Aparecida de Goiânia. Segundo Vanderlan Cardoso, o presidenciável estava bastante animado com a visita, que duraria o dia todo.