Uma mãe foi presa suspeita de matar a própria filha deficiente, de 2 meses, em Campinorte. A criança deu entrada no hospital municipal da cidade no na última sexta-feira, 29, com hematomas nas coxas e no tórax, de acordo com a Polícia Civil (PC). A bebê, e a irmã mais velha também deficiênte, são fruto de uma relação incestuosa entre pai e filha – o que pode ter provocado a deficiência em ambas (veja cronologia do crime abaixo). 

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O homem, que é pai/avô das crianças, morreu em confronto com a Polícia Militar (PM) após reagir à abordagem com tiros. O suspeito, que estava foragido do Estado da Bahia por ter matado a ex-esposa – mãe da filha/atual companheira – estava escondido em uma chácara da região rural do município.

“Essa mulher encaminhou a filha para o hospital, afirmando que ela teria se engasgado. Porém, os médicos da unidade identificaram que ela apresentava hematomas e sinais roxos, gerando suspeita na equipe médica. Durante as oitivas, apuramos que ele não agiu sozinha, que morava com o pai na casa e que eles mantinham um relacionamento amoroso”, explicou o delegado Peterson Armin.   

A mulher afirmou à polícia, durante depoimento, que morava sozinha e acordou com sua filha morta, a levando ao hospital imediatamente. Mas quando a polícia verificou as imagens de câmeras de seguranças do hospital, viu que ela chegou na unidade acompanhada de um homem e de sua filha mais velha. 

A perícia de corpo de delito identificou ainda que a criança morreu em decorrência de traumatismo cranioencefálico, o que levou a prisão da mãe por feminicídio e o confronto com o pai/avô neste sábado, 30. O homem não teve o nome registrado nas certidões das filhas.

Veja cronologia:

Informações da ocorrência

  • Data do fato: 29/11/2024.
  • O bebê foi levado ao hospital em Campinorte com suspeita de engasgo.
  • Durante o atendimento, a equipe médica constatou sinais de violência, incluindo hematomas nos dois braços e manchas hipostáticas no tórax.
  • O bebê evoluiu para óbito, e as circunstâncias levantaram suspeitas de síndrome do bebê sacudido.
  • Essas informações foram registradas no atendimento da ocorrência e não fazem parte do laudo pericial.

Informações da perícia

Caso inicial:

  • Bebê chegou a óbito no hospital de Campinorte no dia 29/11/2024.
  • Autópsia descartou engasgo, mas revelou hemorragia intracraniana (indício de síndrome do bebê sacudido).
  • Presença de hematomas nos dois braços do bebê.
  • No tórax, foram observadas manchas hipostáticas.
  • Conclusão do exame cadavérico aponta TCE (traumatismo cranioencefálico).

Atividades periciais:

  • Remoção do corpo do bebê: Hospital Municipal de Campinorte, 29/11, às 06:00h.
  • Comunicação ao delegado sobre a causa do óbito: 29/11, às 10:00h, realizada por telefonema.
  • Perícia na casa da família do bebê: 29/11, às 15:00h.
  • Solicitação de perícia no local de intervenção policial e remoção do corpo do avô/pai: Hospital Municipal de Campinorte, 30/11, às 11:30h.

Desdobramentos:

  • A mãe do bebê foi detida em Uruaçu e, posteriormente, encaminhada ao presídio feminino de Barro Alto, onde se encontra presa.
  • Descoberta de que o avô do bebê é também o suposto pai da criança.
  • Avô/pai possui duas identidades diferentes e estava foragido.
  • Histórico criminal do avô inclui condenação por feminicídio, possivelmente contra a mãe de sua filha (atual presa).

Confronto e falecimento:

  • Avô/pai resistiu à prisão, entrou em confronto com a PM e foi socorrido ao hospital, mas não resistiu.
  • A perícia foi realizada em dois locais: na casa da família, onde já havia ocorrido outra perícia, e na chácara, local do confronto.
  • Na autópsia do avô/pai, foram identificados três orifícios de entrada e um de saída, além de dois projéteis retirados e mantidos para eventual confronto balístico.
  • A vítima estava armada com um revólver calibre .22 e portava três munições do mesmo calibre.
  • O corpo foi removido do hospital para a unidade da Polícia Científica de Uruaçu, onde será periciado.

Exames necessários:

  • DNA do avô/pai, da mãe presa, do bebê falecido e de outra criança (filha da mãe presa) para confirmar as relações familiares.

Ações:

  • A investigação segue em andamento com informações da perícia.