Morte de bebê fruto de incesto leva mãe a cadeia e pai morre em confronto em Campinorte; entenda
01 dezembro 2024 às 09h24
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Uma mãe foi presa suspeita de matar a própria filha deficiente, de 2 meses, em Campinorte. A criança deu entrada no hospital municipal da cidade no na última sexta-feira, 29, com hematomas nas coxas e no tórax, de acordo com a Polícia Civil (PC). A bebê, e a irmã mais velha também deficiênte, são fruto de uma relação incestuosa entre pai e filha – o que pode ter provocado a deficiência em ambas (veja cronologia do crime abaixo).
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O homem, que é pai/avô das crianças, morreu em confronto com a Polícia Militar (PM) após reagir à abordagem com tiros. O suspeito, que estava foragido do Estado da Bahia por ter matado a ex-esposa – mãe da filha/atual companheira – estava escondido em uma chácara da região rural do município.
“Essa mulher encaminhou a filha para o hospital, afirmando que ela teria se engasgado. Porém, os médicos da unidade identificaram que ela apresentava hematomas e sinais roxos, gerando suspeita na equipe médica. Durante as oitivas, apuramos que ele não agiu sozinha, que morava com o pai na casa e que eles mantinham um relacionamento amoroso”, explicou o delegado Peterson Armin.
A mulher afirmou à polícia, durante depoimento, que morava sozinha e acordou com sua filha morta, a levando ao hospital imediatamente. Mas quando a polícia verificou as imagens de câmeras de seguranças do hospital, viu que ela chegou na unidade acompanhada de um homem e de sua filha mais velha.
A perícia de corpo de delito identificou ainda que a criança morreu em decorrência de traumatismo cranioencefálico, o que levou a prisão da mãe por feminicídio e o confronto com o pai/avô neste sábado, 30. O homem não teve o nome registrado nas certidões das filhas.
Veja cronologia:
Informações da ocorrência
- Data do fato: 29/11/2024.
- O bebê foi levado ao hospital em Campinorte com suspeita de engasgo.
- Durante o atendimento, a equipe médica constatou sinais de violência, incluindo hematomas nos dois braços e manchas hipostáticas no tórax.
- O bebê evoluiu para óbito, e as circunstâncias levantaram suspeitas de síndrome do bebê sacudido.
- Essas informações foram registradas no atendimento da ocorrência e não fazem parte do laudo pericial.
Informações da perícia
Caso inicial:
- Bebê chegou a óbito no hospital de Campinorte no dia 29/11/2024.
- Autópsia descartou engasgo, mas revelou hemorragia intracraniana (indício de síndrome do bebê sacudido).
- Presença de hematomas nos dois braços do bebê.
- No tórax, foram observadas manchas hipostáticas.
- Conclusão do exame cadavérico aponta TCE (traumatismo cranioencefálico).
Atividades periciais:
- Remoção do corpo do bebê: Hospital Municipal de Campinorte, 29/11, às 06:00h.
- Comunicação ao delegado sobre a causa do óbito: 29/11, às 10:00h, realizada por telefonema.
- Perícia na casa da família do bebê: 29/11, às 15:00h.
- Solicitação de perícia no local de intervenção policial e remoção do corpo do avô/pai: Hospital Municipal de Campinorte, 30/11, às 11:30h.
Desdobramentos:
- A mãe do bebê foi detida em Uruaçu e, posteriormente, encaminhada ao presídio feminino de Barro Alto, onde se encontra presa.
- Descoberta de que o avô do bebê é também o suposto pai da criança.
- Avô/pai possui duas identidades diferentes e estava foragido.
- Histórico criminal do avô inclui condenação por feminicídio, possivelmente contra a mãe de sua filha (atual presa).
Confronto e falecimento:
- Avô/pai resistiu à prisão, entrou em confronto com a PM e foi socorrido ao hospital, mas não resistiu.
- A perícia foi realizada em dois locais: na casa da família, onde já havia ocorrido outra perícia, e na chácara, local do confronto.
- Na autópsia do avô/pai, foram identificados três orifícios de entrada e um de saída, além de dois projéteis retirados e mantidos para eventual confronto balístico.
- A vítima estava armada com um revólver calibre .22 e portava três munições do mesmo calibre.
- O corpo foi removido do hospital para a unidade da Polícia Científica de Uruaçu, onde será periciado.
Exames necessários:
- DNA do avô/pai, da mãe presa, do bebê falecido e de outra criança (filha da mãe presa) para confirmar as relações familiares.
Ações:
- A investigação segue em andamento com informações da perícia.