Ministro Flávio Dino autoriza abertura de créditos no orçamento para combater incêndios
16 setembro 2024 às 15h00
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Neste domingo, 15, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o governo federal a emitir créditos extraordinários fora da meta fiscal até o final deste ano. Esta medida permitirá que o governo brasileiro financie ações emergenciais contra os incêndios sem que tais despesas sejam contabilizadas nos limites fiscais estabelecidos.
A decisão é fundamentada na necessidade de atender a situações urgentes que se configuram como calamidade pública. Além disso, Dino flexibilizou as regras para a contratação de brigadistas, permitindo a recontratação imediata de profissionais que já atuaram no combate aos incêndios, um ponto crucial para garantir uma resposta rápida e eficaz.
Outra ênfase da decisão é a participação da Polícia Federal nas investigações sobre a origem dos incêndios, com foco nas áreas do Pantanal e da Amazônia. Dino também destacou que qualquer problema relacionado à tramitação de Inquéritos Policiais deve ser comunicado ao STF para o devido encaminhamento aos órgãos competentes.
Em entrevista ao Jornal Opção, Matheus Costa, advogado especialista em Direito Constitucional explica que a decisão está alinhada com a necessidade de proteger direitos fundamentais, especialmente o direito ao meio ambiente saudável que tem respaldo constitucional.
A autorização para emissão de créditos extraordinários fora da meta fiscal é uma medida prevista para situações de calamidade pública, como incêndios em larga escala. A decisão reflete a prioridade que o Supremo Tribunal Federal confere à proteção ambiental, que pode, em situações extremas, sobrepor as normas fiscais habituais
Matheus Costa, advogado especialista em direito constitucional
O especialista também considera que decisões como essa refletem a capacidade do STF de adaptar o direito às necessidades do momento. Segundo a análise do advogado, a jurisprudência futura pode se basear nessa decisão para lidar com outras crises ambientais ou desastres, ajustando as normas fiscais e orçamentárias conforme a gravidade da situação.
E reforça que decisão não deve causar uma sobreposição de competências, mas sim um ajuste colaborativo entre os poderes. O Executivo continua com sua função de gestão e implementação de políticas, enquanto o Judiciário atua para garantir que medidas emergenciais sejam tomadas de forma adequada e conforme a Constituição.
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