Pai de MC Melody divulgou vídeo esta semana dizendo ser contra a sexualização infantil, e que haverá mudanças nas roupas e músicas da criança. “Minha filha tem um dom”

Pai de MC Melody | Foto: Facebook
O inquérito surgiu graças a denúncias que chegaram à Ouvidoria do Ministério Público. Músicas e performance de MC Melody têm sido amplamente criticadas nas redes sociais / Foto: Facebook

O Ministério Público de São Paulo abriu um inquérito para investigar músicas e coreografias de crianças e adolescentes que possuem “forte conteúdo erótico e apelo sexual”. Entre os investigados está a cantora de funk Mc Melody, que possui apenas oito anos de idade. A performance da criança tem sido amplamente discutida e criticada nas redes sociais, pela sexualização do conteúdo.

Aberto pelo promotor Eduardo Dias de Souza Ferreira, o inquérito aponta para suspeita de “violação ao direito, ao respeito e à dignidade de crianças/adolescentes”. Uma das representações afirma que a funkeira mirim “canta músicas obscenas, com alto teor sexual e faz poses extremamente sensuais, bem como trabalha como vocalista musical em carreira solo, dirigida por seu genitor”, o funkeiro MC Betinho.

A atuação de outras crianças funkeiras também estão sendo apuradas pelo MPSP, como o MC Brinquedo, MC Pikachu, MC Bin Laden, MCs Princesa e Plebéia. O órgão pontua o impacto negativo que as músicas têm tanto sobre os pequenos músicos quanto sobre o público infanto-juvenil.

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Pai de MC Melody, MC Belinho, fala de críticas quanto à sexualização da filha, e diz que agora terão pessoas responsáveis pelas roupas e músicas da criança | Foto: Facebook

O inquérito surgiu graças a denúncias que chegaram à Ouvidoria do Ministério Público. Sobre o pai de MC Melody, MC Betinho, citado no inquérito, o texto afirma ser “dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”, conforme dispõe o artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Em um vídeo publicado no último dia 22, o pai da funkeira mirim fala sobre as críticas quanto à sexualização da filha, e diz que agora terão pessoas responsáveis pelas roupas e músicas da criança. Conforme o funkeiro, MC Melody agora irá cantar “Funk em um estilo mais Pop”, parecido com a cantora Anitta, que de acordo com o pai, é o que a criança mais almeja. “Também não sou a favor de muita criança ficar fazendo sexualidade. A minha filha tem um dom, e vamos apostar nesse dom” [sic].

MC Belinho garante que não vê maldade na forma com que a filha dança, mas alega que percebeu que estava errado em alguns aspectos. “Por outro lado pode ter maldade, principalmente por causa de pedófilos”, disse. O funkeiro também pede desculpas pelo vídeo em que chama críticos de “recalcados”, e garante que estava em um momento de raiva e que foi mal interpretado.

O pai de MC Melody rebate também críticas de que estaria explorando a filha. “Ganho dinheiro pelo meu trabalho. Não somos ricos, somos pobres. Estamos focando na carreira dela, porque é o que ela quer. Se isso futuramente der retorno, beleza, porque todo mundo tem que ganhar dinheiro. Tem muita criança que trabalha em novela e fica rica”, sustenta.

Ao final, o funkeiro afirma esperar que as pessoas passem a ver a filha de uma maneira diferente. Veja o vídeo do depoimento de MC Belinho e outro de uma performance da funkeira mirim:

https://www.youtube.com/watch?v=2sCwOpNtepo

https://www.youtube.com/watch?v=l3Zb4ZLIess