Mesmo preteridos, eventos naturais se impõem como prioridade aos governos
24 maio 2024 às 16h58
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Após as enchentes no Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite (PSDB) reforçou na imprensa que investimentos para prevenção de desastres ambientais não eram prioridade. No entanto, preterida por outras áreas do governo, o meio ambiente se impôs, e o que era primaz para o governo foi destruído por enxurradas, incluindo vidas humanas e animais, além de deixar milhares de desabrigados.
É lamentável que a situação no Rio Grande do Sul tenha servido para esfregar nos rostos das autoridades a realidade de uma crise climática sem precedentes, embora a custos altos. Muitos irão rebater que enchentes são naturais, ao relembrarem que a última maior delas foi registrada em 1941.
De fato, ninguém nega esse acontecimento histórico. Mas vale reforçar que naquela época não se falava em mudanças climáticas. Pode até ser que há mais de 80 anos não havia tantos dados sobre o efeito estufa na atmosfera, ou talvez fosse apenas uma característica do clima local. Além disso, o RS é uma planície e está abaixo do nível do mar.
Os argumentos de que os efeitos são naturais incluem exemplos como as mudanças “plânctonicas” do planeta ou o resfriamento da Terra (lembra da era do gelo), sem mencionar a influência das fábricas e da superpopulação humana.
Contudo, cabe ressaltar que, no caso do aumento da temperatura da Terra que resultou no degelo, esse processo foi bastante lento, bem diferente do que ocorreu nos últimos anos com a alta de temperaturas. É lógico que ainda faltam estudos sobre a relação das configurações “artificiais” feitas por nós em todo o planeta.
Partindo deste comentário, o que se repetiu no RS, em comparação com o início da década de 40, deveria soar como um alerta, pois diversos países que sofrem com eventos naturais, como terremotos, conseguem amenizar seus efeitos sobre suas economias e suas populações. Cabe ressaltar que a enchente deste ano bateu recorde.
Nesse contexto, se os governos tivessem colocado as questões ambientais como prioridade, grandes tragédias poderiam ser evitadas. No Congresso Nacional, debate-se a criação de um fundo para catástrofes, mas é essencial colocar o meio ambiente no orçamento e antecipar os investimentos, pois é melhor “prevenir do que remediar”.
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