A Prefeitura de Goiânia anunciou o retorno dos atendimentos eletivos (consultas, exames e cirurgias) nas três maternidades públicas municipais. A regularização dos atendimentos, que estavam paralisados por falta de recursos, acontece após repasse de R$12.068.180,90 à Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc/UFG), fundação responsável pela gestão do Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC), do Hospital e Maternid ade Dona Íris (HMDI) e da Maternidade Nascer Cidadão (MNC). Os atendimentos serão retomamos na próxima segunda-feira, 24.

De acordo com a prefeitura, a gestão municipal e a Fundação estão atuando em conjunto para validar os demais valores em aberto, mas o valor repassado nesta quinta-feira, 21, já possibilitará arcar com pagamentos em atraso do vale alimentação de colaboradores celetistas e de algumas notas em aberto de profissionais contratados como Pessoa Jurídica e de fornecedores, permitindo a entrega de insumos para retomar os atendimentos eletivos com a qualidade de atendimento já reconhecida às usuárias das maternidades.

A diretora-executiva da Fundahc, Lucilene Maria de Sousa, reforçou a importância de um atendimento humanizado às mulheres que procuram os serviços em Goiânia. “A gestão do município nos colocou a importância e o diferencial que é ter a Universidade presente na assistência oferecida a essas pacientes. Se prontificaram a validar os valores em aberto e ajustar os termos aditivos vigentes, se identificada esta necessidade. Estamos confiantes em uma resolução definitiva em breve”, pontuou.

Juntas, as maternidades realizam em média, por mês, mil partos, 17 mil exames laboratoriais e de imagem, incluindo mamografias e ultrassonografias, 3.400 consultas médicas, 240 cirurgias eletivas e 5.800 atendimentos de urgência e emergência.

Paralisação nos atendimentos

As três maternidades de Goiânia sob gestão da Fundahc paralisaram seus atendimentos na última segunda-feira, 18. Estavam funcionando apenas serviços de urgência e emergência e os funcionários relatavam falta de insumos básicos, ambulância para transferência dos pacientes e pagamento para médicos, que estavam sem receber desde o mês de maio.

Desde o dia 18, estavam funcionando apenas serviços de urgência e emergência nas maternidades Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), Nascer Cidadão (MNC) e o Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC). Uma enfermeira do HMMCC, que optou por não ser identificada, disse que no hospital faltava até ambulância para transferência dos pacientes, isso porque alguns prestadores já não estavam fornecendo alguns serviços por falta de pagamento.

A diretora da Fundahc, Lucilene Maria de Sousa, disse ao Jornal Opção que nas maternidades faltavam até analgésico para as pacientes grávidas, que estavam dando à luz sem a medicação adequada. Como os atendimentos eletivos não funcional no fim de semana, os atendimentos serão retomamos e normalizados na próxima segunda-feira, 24.

Leia também: Crise nas maternidades escancara má gestão

Maternidades de Goiânia suspendem atendimento e urgência funciona sem ambulância

Consultórios fechados e suspensão de 60 atendimentos por dia: veja os efeitos da crise em maternidade de Goiânia

Crise nas maternidades: Funcionários dizem que falta até “papel para enxugar as mãos”